'Lugares decisivos no exército do Iêmen são ocupados por extremistas da Irmandade Muçulmana'

Combatentes do Ansarullah, um movimento Houthi (ramo iemenita do xiismo – N.Red.), tomaram a cidade de Amran, no norte do Iêmen. Segundo informa a mídia iemenita, Amran foi abandonada por cerca de 10 mil famílias. A importância dessa cidade, localizada a 50 km de Sanaa, reside em os Houthi poderem daí atacar diretamente a capital. Nesse contexto, informa a mídia em Sanaa, o exército nacional se está preparando para marchar sobre Amran.


Imad Tufaili | Voz da Rússia

A Voz da Rússia pediu ao analista político Ali Al-Muhatwari, editor principal do canal de TV iemenita Al-Masirah, pertencente ao Ansarullah, que comentasse esta situação.

- Segundo algumas informações, os Houthi tencionam agora marchar de Amran para Sanaa. Tem alguns dados que permitam confirmar ou desmentir essa intenção?

- Nas informações da mídia sobre a conquista de Amran há muitas imprecisões e mesmo mentiras. Desde março do ano passado que nesta cidade decorriam manifestações pacíficas contra o partido Islah, que está ao serviço da Irmandade Muçulmana. A população local não gosta que o Islah apoie ativamente os grupos extremistas do Oriente Médio, especialmente o EIIL. No próprio Iêmen esse partido luta pela liberação dos criminosos que foram condenados à morte por atos de extremismo religioso. Quando a população exigiu a demissão do governador de Amran, as exigências populares foram ignoradas e foram mortos vários manifestantes. Começaram os confrontos. Depois disso, os militantes do Ansarullah tiveram de proteger a população de Amran. Esse acontecimento não tem qualquer influência na segurança do Iêmen, porque o Ansarullah não tem, nem nunca teve, intenções de conquistar a capital Sanaa.

- Porque é que então o exército iemenita recebeu ordens para marchar contra os militantes em Amran?

- O exército do Iêmen é talvez o único exército do mundo em que o papel dominante é desempenhado por extremistas da Irmandade Muçulmana, salafistas e outros islamitas radicais. Eles ocupam os postos-chave na direção militar e política do país.

Portanto, o envio de tropas contra Amran é uma banal operação punitiva desses mesmos terroristas. Se não fosse o Ansarullah, a cidade teria sido inundada de sangue, porque a população de Amran não está combatendo o governo do Iêmen, ela não tem nada contra eles. Se no Iêmen não existisse o Ansarullah, a Al-Qaeda já teria conquistado Sanaa há muito tempo e o Iêmen estaria se afogando no sangue do seu povo.



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