'Pressão não vai nos impedir de combater terroristas', diz Netanyahu

Primeiro-ministro israelense afirmou que haverá mais ataques contra Gaza


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O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou nesta sexta-feira que Israel vai resistir às pressões internacionais e manter sua operação em Gaza. Ele também não descartou uma invasão por terra para enfrentar o Hamas, grupo fundamentalista palestino que controla a região. “Estamos pesando todas as possibilidades e nos preparando para todas as alternativas”, disse o premiê em uma entrevista coletiva em Tel Aviv.

Ele informou que Israel já atingiu mais de 1.000 alvos em Gaza desde terça-feira e ainda haverá mais ataques. “Nenhuma pressão internacional vai nos impedir de combater os terroristas que estão nos atacando”, acrescentou, ressaltando que teve conversas “muito positivas” com vários líderes mundiais, incluindo o presidente americano Barack Obama e a chanceler alemã Angela Merkel.

Netanyahu fez a afirmação depois de a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, ter dito que há “sérias dúvidas” de que a operação militar israelense está de acordo com as leis internacionais. Ela disse também que o “lançamento indiscriminado de foguetes” a partir de Gaza também pode representar uma violação. “Toda possível violação da lei internacional deve ser investigada prontamente, de forma independente, completa e efetiva, com o objetivo de garantir justiça e reparação para as vítimas”.

“Vou encerrar a operação quando não houver mais ameaça”, disse o premiê israelense, que acusa o Hamas e membros da Jihad Islâmica de “se esconder atrás de civis” e serem responsáveis se algum mal acontecer a eles. A nova escalada de tensões ocorre depois do assassinato de três jovens judeus na Cisjordânia ocupada e de um adolescente palestino. Para Netanyahu, a morte dos estudantes israelenses foi consequência da reconciliação do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, com o Hamas. Os dois lados assinaram um acordo em abril que resultou na formação de um novo governo palestino.

A operação militar israelense já deixou mais de cem mortos, muitos deles civis, segundo fontes palestinas, e está sendo revidada com foguetes disparados a partir de Gaza – Israel contabiliza mais de 800 foguetes e 61 morteiros nesta semana. Um dos disparos deixou nove feridos ao atingir um tanque de combustível em um posto em Ashdod, 30 quilômetros ao norte de Gaza. Militantes palestinos também ameaçaram lançar foguetes contra o principal aeroporto da capital financeira de Israel, Tel Aviv.

Autoridades israelenses afirmam que dezenas de terroristas foram mortos nos quatro dias da operação Margem de Proteção, na qual está sendo empregada o dobro de força em comparação com uma ação semelhante realizada em 2012.

Nesta sexta, três projéteis foram disparados do Líbano e deixaram as forças israelenses em alerta no norte e ampliando o espectro do confronto para uma nova frente. Israel respondeu com o lançamento de vários foguetes. O Exército israelense não soube dizer se o xiita Hezbollah está por trás dos disparos a partir do Líbano. As autoridades libanesas prenderam dois integrantes da Frente Popular pela Libertação da Palestina suspeitos de terem efetuado os disparos.

EUA – A disposição de Israel de manter os ataques é anunciada mesmo depois de Obama afirmar que os Estados Unidos “estão preparados para mediar um cessar-fogo” e expressou preocupação com uma escalada no conflito, ressaltando a necessidade de todos os lados envolvidos fazerem de tudo para “proteger a vida de civis e restaurar a tranquilidade”. Nesta sexta, Washington ratificou o direito de Israel de se defender, em comunicado divulgado pelo Pentágono. Mas o secretário de Defesa Chuck Hagel expressou ao ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, sua preocupação de que as tensões aumentem.


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