Rússia espera reação da UE e dos EUA aos dados sobre a queda do avião

Em 22 de julho, a Rússia entregou oficialmente à UE todos os dados dos meios de controle objetivo sobre a catástrofe do Boeing da Malaysia Airlines na Ucrânia. Tal aconteceu um dia após o Ministério da Defesa da Rússia ter divulgado num briefing em Moscou dados de estações de controle russos. Militares russos estabeleceram a situação existente no território da região de Donetsk antes da queda da aeronave.


Konstantin Garibov | Voz da Rússia

Esses dados provocaram muitas perguntas de militares russos a Kiev. Em particular, quais foram as razões de atividade intensa dos redares ucranianos na véspera e no dia da tragédia, bem como da ordem de fim do alarme após a catástrofe? Qual era a missão da bateria de sistemas ucranianos de defesa antiaérea Buk que se encontravam antes do desastre no território controlado por rebeldes e por que motivo a bateria foi retirada com urgência logo após a queda do avião? Com que objetivo um SU-25 ucraniano se aproximou do Boeing a uma distância de 3 a 5 km pouco antes da catástrofe e por que razão esse fato foi desmentido por Kiev?

Kiev não respondeu às perguntas de Moscou, embora já tivessem passado dois dias. O chefe do Departamento Operacional do Estado-Maior General das Forças Armadas da Rússia, Andrei Kartapolov, ao intervir em Moscou, fez também aos EUA uma pergunta importante para esclarecer as circunstâncias da queda da aeronave:

“Segundo declaram representantes dos EUA, eles têm fotos tiradas a partir do espaço, confirmando que o míssil foi lançado em direção ao Boeing por milícias ucranianos. Mas ninguém viu essas fotografias. Se a parte americana dispõe de fotos tiradas via satélite, solicitamos que elas sejam apresentadas à comunidade internacional para seu estudo pormenorizado. Casualmente ou não, mas a hora da catástrofe do Boeing e o tempo da observação do território ucraniano por um satélite americano coincidem”.


Os americanos não apresentaram essas fotos nem à UE, nem a Moscou, embora prometessem fazê-lo terça-feira. No mesmo dia, durante um briefing em Washington, os representantes dos serviços de inteligência norte-americanos não conseguiram conceder quaisquer provas de envolvimento de rebeldes e da Rússia no derrubamento da aeronave, embora tanto a Casa Branca como o Departamento de Estado prometessem em uníssono que os serviços secretos apresentariam provas convincentes revelando o autor do ataque ao Boeing da Malaysia Airlines.

Mas durante o briefing, os representantes dos serviços secretos não apresentaram fotos exclusivas tiradas a partir do satélite, demostrando apenas fotografias espaciais pouco informativas e citando dados publicados em redes sociais. Com base nessas “provas”, eles anunciaram uma versão de que, “provavelmente”, o avião teria sido abatido erradamente por rebeldes.

Ao mesmo tempo, os representantes dos serviços secretos reconheceram que não podem confirmar a autenticidade dos materiais da Internet, divulgados pelo governo ucraniano. Vários peritos têm destacado sinais evidentes de montagem nos materiais vídeo de redes sociais, alegados como provas por responsáveis americanos e ucranianos.

Um cientista político, Igor Shishkin, não viu nada de extraordinário na posição dos EUA:

“Esse desenvolvimento dos acontecimentos deveria ser previsto. Em condições algumas, quaisquer que fossem as provas da Rússia ligadas a esse incidente, os EUA não irão reconhecê-las. Eles já declararam oficialmente como propaganda os testemunhos russos. Irão insistir na sua versão sem apresentar quaisquer provas, de que, pelo visto, não dispõem simplesmente".

Um representante da Inteligência norte-americana reconheceu no briefing que o seu departamento não tem provas de envolvimento de Moscou no incidente, assim como provas de que a Rússia teria instruído os rebeldes a utilizar os sistemas Buk.

Desmoronou-se também a versão repetida reiteradamente no Ocidente de que esses sistemas teriam sido transportados da Rússia para a zona de atuação dos rebeldes. Em palavras do representante da Inteligência, os serviços secretos dos EUA não estabeleceram a passagem dos sistemas Buk através da fronteira russo-ucraniana.



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