Líder do Hamas diz que não houve acordo para estender trégua em Gaza

Autoridades egípcias dizem que negociações ainda estão em andamento.
Trégua de 72 horas entrou em vigor às 2h desta terça-feira.


Do G1, em São Paulo

Uma autoridade sênior do Hamas que está no Egito disse nesta quarta-feira (6) que não houve acordo entre os israelenses e palestinos sobre a prolongação da trégua de 72 horas que está em vigor na Faixa de Gaza, informa a agencia Reuters.

“Não há acordo sobre a extensão da trégua”, escreveu Moussa Abu Marzouk em sua conta no Twitter.

Autoridades egípcias disseram na noite desta quarta que as negociações para uma trégua duradoura em Gaza ainda estavam em andamento.

Apesar de ser membro da liderança política do Hamas, ele não faz parte do “círculo íntimo” do Hamas, mas negociou diretamente durante as conversas no Egito que levaram o país a intermediar a trégua.

A trégua entrou em vigor às 8h desta terça-feira (2h, pelo horário de Brasília) e duraria 72 horas. Esta pausa encerrou um mês de confrontos entre Israel e o Hamas, em que 1.875 palestinos morreram, incluindo 430 menores de idade e 243 mulheres, de acordo com o ministério palestino da Saúde. No lado israelense morreram 64 soldados e três civis.

Algumas horas antes, uma autoridade israelense disse à agência Reuters que o governo de Israel concordou nesta em estender a atual trégua na Faixa de Gaza para além do prazo anunciado.

A autoridade, que falou à agência sob condição de anonimato, não detalhou por quanto tempo Israel está disposto em estender a trégua.

"Israel manifestou a sua disponibilidade para estender a trégua sob os termos atuais", disse se referindo ao acordo mediado pelo Egito e que entrou em vigor nesta terça.

Retirada

O exército israelense se retirou totalmente do território palestino nesta terça, quase um mês depois do início de uma ofensiva que deixou, segundo o ministério palestino da Saúde, 1.875 mortos, incluindo 430 menores de idade e 243 mulheres. No lado israelense morreram 64 soldados e três civis.

Em Gaza, onde meio milhão de pessoas saíram de casa em meio a um mês de intenso bombardeio, alguns moradores deixaram abrigos da ONU e voltaram para bairros onde quarteirões inteiros foram destruídos por ataques israelenses de artilharia, ao passo que o cheiro de corpos em decomposição impregnava o ar.

Uma relativa normalidade reinava no território devastado por bombardeios, onde os habitantes acreditam que este cessar-fogo de 72 horas aceito por Israel e o Hamas pode perdurar, diferentemente de todas as tréguas precedentes.

Os habitantes de Gaza reencontraram lojas e bancos abertos. Dezenas de pescadores retornaram ao mar pela primeira vez em semanas.

Os serviços de emergência ainda tentam limpar as ruas e recuperar corpos ainda sob os escombros em Shajaya e Khuzaa. Os trabalhadores das companhias de eletricidade também se esforçam para restabelecer o fornecimento do serviço.

Ruas em cidades no sul de Israel, as quais vinham sofrendo ataques diários de foguetes vindos da Faixa de Gaza, estavam repletas de crianças brincando.

'Colaboradores' de Israel

De acordo com a France Presse, o site Majd, próximo do Hamas, publicou nesta quarta que o braço armado do movimento executou palestinos acusados de colaborar com Israel durante a guerra de Gaza.

Estes "colaboradores ajudaram o inimigo a atingir novos alvos" e foram "executados depois de serem detidos por fornecer ao inimigo informações sobre a resistência e seus homens", diz o site, citando uma autoridade da segurança em Gaza.

O site afirma que essas execuções foram realizadas pelas Brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, mas não especifica o número de "colaboradores" envolvidos.

De acordo com a lei palestina, os colaboradores, assassinos e traficantes de drogas podem ser condenados à morte.

Em princípio, qualquer execução deve ser aprovada pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, que chefia a Organização de Libertação da Palestina (OLP), com a qual o Hamas assinou recentemente um acordo de reconciliação.

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