Coalizão internacional ataca o Estado Islâmico no centro e no leste da Síria

Bombardeios foram feitos pela primeira vez na província de Homs.
Ataques na Síria começaram na última terça (24).


France Presse

Os Estados Unidos realizaram pela primeira vez neste sábado (27) ataques contra o grupo Estado Islâmico (EI) na província de Homs, no centro da Síria, país onde suas operações acontecem "quase continuamente". Ataques no leste do país, na província de Raqqa, bastião do Estado Islâmico, também foram registrados.

Uma autoridade americana do Departamento de Defesa declarou que os ataques tinham ocorrido na madrugada deste sábado, mas não forneceu detalhes sobre o seu número, os alvos ou a possível participação de outros países da coalizão internacional.

Os ataques neste país, que começaram na terça-feira (24) após ataques semelhantes realizados desde agosto no Iraque, são hoje conduzidos "quase continuamente", disse a autoridade, que não quis se identificar.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os ataques foram direcionados pela primeira vez na província de Homs, enquanto se concentravam até então principalmente no leste e norte do país, onde o EI controla extensas áreas.

Os ataques ocorreram na parte desértica da província, na zona de Al-Hammad, a leste da antiga cidade de Palmyra, perto da linha de frente com as forças leais ao presidente Bashar al-Assad, que controlam a cidade de Homs, a terceira do país.

Segundo o OSDH, outros ataques foram realizados contra posições do EI em Minbej, uma das poucas cidades nas mãos dos jihadistas na província de Aleppo (norte), e na província de Raqqa (norte), considerada o reduto do grupo extremista sunita.

Outros visaram o EI perto da cidade curda de Ain al-Arab (Kobané em curdo), na fronteira com a Turquia, uma região de onde fugiram recentemente dezenas de milhares de pessoas frente ao avanço jihadistas, de acordo com a ONG que se baseia em uma ampla rede de ativistas e médicos no terreno.

As muitas atrocidades, incluindo a decapitação de estrangeiros, cometidas pelo EI em áreas sob seu controle levaram os Estados Unidos a criar uma coalizão internacional para "destruir (...) a rede da morte", nas palavras do presidente Barack Obama.

Reino Unido atacará no Iraque

Esta aliança recebeu um reforço de peso na sexta-feira com a decisão do Reino Unido de atacar os jihadistas no Iraque, onde apenas os Estados Unidos e a França têm atuado.

Dinamarca e Bélgica também decidiram participar da coalizão, enviando seus caças F-16 para futuros ataques no Iraque.

Além disso, neste sábado, o Irã anunciou que atacará os jihadistas do Estado Islâmico caso se aproximem de sua fronteira.

"Se o grupo terrorista Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) se aproximar de nossa fronteira, nós atacaremos no território iraquiano e não permitiremos que se aproximem de nossa fronteira", declarou o general Ahmad Reza Purdastab.

O grupo ultrarradical controla amplos setores nas cinco províncias iraquianas, incluindo em Diyala, no leste, na fronteira com o Irã.

O Irã xiita, aliado do governo iraquiano e muito hostil aos extremistas sunitas do EI, afirma apoiar o governo de Bagdá e as forças curdas iraquianas em seu combate aos jihadistas. Armas e conselheiros militares foram enviados por Teerã.

Na sexta-feira a coalizão atacou na Síria instalações petroleiras controladas pelos jihadistas na província de Deir Ezor (leste), um centro de comando do EI, próximo a Al Mayadin, na mesma província, assim como a instalações petroleiras e a uma base dos jihadistas na província de Hasaka (nordeste).

O EI suspendeu a extração de petróleo em seis campos que controla em Deir Ezor por medo dos bombardeios americanos, ficando sem uma importante fonte de renda, informaram nesta sexta-feira os moradores da região.

Desde julho, o EI controla a maior parte da província petroleira de Deir Ezor e a maior parte dos campos de petróleo da região, segundo o OSDH, uma ONG com sede no Reino Unido.

O EI produz mais petróleo do que o governo sírio. O ministério do Petróleo sírio estima que os jihadistas extraiam 80.000 barris diários, enquanto a produção governamental caiu até os 17.000 barris diários.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem