EUA subestimaram Estado Islâmico, admite Obama

EI atraiu ex-membros das forças armadas do antigo governo de Saddam Hussein, o que deu sofisticação militar ao grupo, diz presidente americano


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O presidente norte-americano Barack Obama disse que os serviços de inteligência dos Estados Unidos "subestimaram a ascensão do Estado Islâmico [EI]" na Síria e no Iraque e que superestimaram a habilidade dos militares iraquianos em barrar o avanço do grupo, que se beneficiou do caos político na região para se fortalecer. A declaração foi feita em entrevista ao programa 60 Minutes do canal de TV americano CBS.

A mesma avaliação já havia sido feita pelo diretor nacional de inteligência dos EUA, James Clapper. "É absolutamente verdade", enfatizou Obama. Para o presidente, o EI foi capaz de atrair ex-membros das forças armadas do antigo regime do ditador iraquiano Saddam Hussein, o que deu sofisticação militar ao grupo. "Isto tornou-se um marco zero para os jihadistas de todo mundo. Isso deu a eles capacidade militar tradicional", afirmou.

Obama disse que os EUA e seus parceiros internacionais, principalmente no Oriente Médio, precisam "chegar a soluções políticas no Iraque e na Síria". Mas, segundo ele, o plano de curto prazo é desestabilizar o EI, indo atrás de seu comando e eliminando o fluxo internacional de combatentes.

Também em entrevista à CBS, o vice-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Tony Blinken, declarou que os militares dos EUA continuarão os ataques aéreos contra o EI. Blinken, mas descartou o envio de tropas terrestres, medida sugerida pelo presidente da Câmara dos Estados, o republicano John Boehner, em entrevista ao canal de TV ABC. Até o momento, a Casa Branca e seus aliados realizaram apenas ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico e se preparam para treinar rebeldes sírios pró-Ocidente.

Cerca de três quartos dos eleitores norte-americanos, entretanto, não acreditam na afirmação de Obama de que o país não fará uso de tropas terrestres para combater o EI. Segundo uma pesquisa encomendada pelo Wall Street Journal e pela NBC News, na opinião de 72% dos entrevistados o governo dos EUA eventualmente enviará militares para lutar contra o grupo militante.

A pesquisa revela ainda que 45% dos entrevistados aprovaria a decisão de enviar soldados aos países, caso os oficiais militares determinassem que essa seria "a melhor maneira de derrotar do Estado Islâmico". Nesse cenário, 37% disseram ser contra o envio de tropas terrestres. Cerca de 16% não opinaram.​

Mortes — Pelo menos 143 combatentes do grupo jihadista EI morreram neste domingo em conflitos com as forças de segurança iraquianas em várias regiões do país. Dentre eles, 82 morreram em um confronto de várias horas nas zonas de Al Tash, Al Bu Ali e Al Yassin, ao Sul e ao Norte da cidade de Ramadi, capital da província de Al Anbar.

Na mesma região, a coalizão internacional liderada pelos EUA bombardeou bases dos jihadistas perto da cidade de Al Karma, ao leste de Faluja, a 50 quilômetros ao Oeste de Bagdá, provocando a morte de outros 11 combatentes do EI.

Com Estadão Conteúdo e EFE


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