Moscou exige investigação de sepultamentos comuns no leste da Ucrânia

A Rússia exige que seja realizada uma investigação internacional sobre a descoberta de um sepultamento comum perto de Donetsk (leste da Ucrânia). Valas comuns de civis foram encontradas em locais onde tinham acampado militares e agentes de segurança ucranianos.


Tatiana Tabunova | Voz da Rússia

O primeiro sepultamento foi encontrado na mina Kommunar perto de Donetsk. Os corpos de pessoas, ligeiramente cobertos com terra, foram descobertos por sapadores. Eles estavam limpando a área de minas e armadilhas minadas – “presentes” habituais dos serviços de segurança ucranianos, os quais, nos termos do armistício, deixaram o acampamento militar instalado aqui no domingo passado. Desta vez a “surpresa” foi ainda mais terrível.


Ucrânia, Donetsk, valas comuns

Na presença de inspetores da OSCE, da vala comum foram exumados quatro corpos: um homem e três mulheres, uma delas supostamente estava grávida. Todos vestiam roupas civis. Todos eles tinham as mãos amarradas e vestígios de tiros nas cabeças. Além disso, duas cabeças estavam completamente separadas dos corpos. Quem são essas pessoas e quando a morte as apanhou são perguntas para médicos legistas. Mas as circunstâncias de sua morte devem ser investigadas a nível internacional. Não devemos permitir os culpados fugirem à responsabilidade, enfatiza o perito do Instituto russo de Estudos Estratégicos Azhdar Kurtov:

“Cada vez mais fatos novos indicam que foram eliminadas pessoas que não tinham armas e não participavam nas hostilidades no lado das milícias. Os restos desenterrados confirmam que essas pessoas foram torturadas: aos detidos cortaram partes dos corpos, foram queimados vários sinais nos corpos, incluindo símbolos fascistas. Esses fatos são motivo para iniciar uma investigação internacional.

Porquê o Ocidente, que gosta de apelar aos direitos humanos, continua discutindo ativamente o tema de violações das normas humanitárias durante, por exemplo, as guerras nos Bálcãs? A tragédia de Srebrenica (República de Bósnia e Herzegóvina) não sai das páginas de jornais e telas de TV, e este mesmo tema em relação ao sudeste da Ucrânia não tem cobertura”.

Apoiadores ocidentais de Kiev atual não querem ver os crimes de seus protegidos. Tão pouco avança o caso da tragédia em Odessa. Lá, em 2 de maio de 2014, nacionalistas encurralaram na Casa dos Sindicatos e incendiaram adversários da mudança forçosa do regime na Ucrânia. 48 pessoas foram queimadas vivas ou morreram tentando escapar do fogo, mais de 200 foram feridas. Sob pressão da Rússia, a Ucrânia criou uma comissão especial para investigar o que aconteceu em Odessa, mas passados mais de quatro meses o resultado é nulo. Especialistas internacionais não foram admitidos à investigação.

No entanto agora, após a descoberta de valas comuns perto de Donetsk, a Guarda Nacional ucraniana não fugirá da responsabilidade por crimes contra civis, acredita o chefe do comitê parlamentar russo para assuntos externos Alexei Pushkov. Moscou, por seu lado, pretende levantar esta questão em instituições legais internacionais – Conselho da Europa, PACE, OSCE.

A mina Kommunar não é o único sepultamento anônimo encontrado nos últimos dias. Na entrada para uma aldeia vizinha foi encontrada uma vala na qual foram simplesmente jogados os corpos de cinco pessoas. Segundo habitantes locais, combatentes da Guarda Nacional tinham fuzilado pessoas por suposta ligação com as milícias. O destino de algumas pessoas ainda é desconhecido. Existe uma grande probabilidade de que no distrito serão encontrados muitos mais sepultamentos comuns.



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