Kamaz mira mercado da América Latina

Rússia e Argentina estão interessados na construção de uma fábrica de caminhões Kamaz no país latino-americano.


Daniela Bentivoglio, especial para Gazeta Russa

Durante o Quarto Fórum Internacional de Gás, realizado no início de outubro em São Paulo, a ministra da Indústria da Argentina, Débora Guiórgi, e seu homólogo russo, Andrêi Dutov, declararam os dois países estão interessados na construção de uma fábrica de caminhões Kamaz no país latino-americano.


Kamaz mira mercado da América Latina
Kamaz forneceu mais de 1.000 caminhões para a Venezuela Foto: AFP/East News

Dutov disse que "nas condições geopolíticas atuais, a Rússia e a Argentina têm uma possibilidade real de aumentar o volume de comércio".

Ele também sublinhou que "existem excelentes perspectivas para o desenvolvimento da cooperação no fornecimento de helicópteros russos e na montagem de caminhões Kamaz na Argentina".

Guiórgi disse que "a possibilidade de montar caminhões russos Kamaz na Argentina é um objeto de estudo há algum tempo”.

“Os assuntos comerciais já estão resolvidos. Essa iniciativa poderia ser útil para completar o mercado argentino de caminhões pesados ​​e semipesados. Além disso, é uma boa oportunidade para aumentar a cooperação efetiva com a Rússia e seu maior conglomerado industrial, a Rostec, que tem um grande potencial em outras áreas também", declarou Guiórgi.

O vice-diretor-geral da Kamaz, Pável Kánichev, disse que sua empresa expressou interesse na organização de uma coprodução com a Argentina várias vezes.

“O governo da Argentina compartilhou essa ideia. Falta apenas concluir o contrato em breve”, diz Kánichev.

Segundo ele, a produção de caminhões na Argentina poderia ser bem sucedida para ambas as partes.

“Em primeiro lugar, isso permitiria criar centenas de postos de trabalho e ajudaria a diversificar a indústria. Além disso, a Kamaz produz caminhões de múltiplas funções que poderiam ser aplicados em várias áreas importantes, tais como agricultura, transportes de equipamentos de telecomunicações e outras", disse Kánichev.

Kánichev também mencionou que o principal acionista da Kamaz é a Corporação Estatal Rostec, e a entrada da Kamaz no mercado argentino poderia dar início a uma colaboração mais ampla, incluindo outros projetos de alta tecnologia, construção de helicópteros e aviões, sistemas de segurança, equipamentos médicos e gás.

Quanto ao estado atual das negociações com a Argentina, Kánichev disse que agora a empresa está realizando negociações com potenciais parceiros na Argentina.

"Queremos fechar o negócio o mais rápido possível. A ministra da Indústria da Argentina também declarou que seu país quer iniciar a coprodução em breve”, disse.

América Latina

"Nossa experiência bem sucedida de colaboração com vários outros países da América Latina confirma o potencial do projeto para o mercado argentino. A Kamaz entrou no mercado da região há vários anos", disse Kánichev.

Na Colômbia, por exemplo, a empresa russa já produziu mais de 1.000 ônibus junto de empresas locais. O chassi desses veículos foi criado pela empresa russa, enquanto os ônibus foram montados por empresas colombianas.

Além disso, a Kamaz forneceu mais de 1.000 caminhões para a Venezuela. E tem projetos conjuntos no Brasil, onde produz ônibus e assinou contrato com a Marcopolo.



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