Odebrecht e Avibrás: a fumaça e o fogo

Intensa onda de rumores da provável aquisção de AVIBRAS Aeroespacial pela ODEBRECHT Defesa e Tecnologia


Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNet

Na semana que passou (3-7 Nov) teve um forte rumor, que agitou os meios industriais, governo e militares. Muita fumaça e com ninguém localizando o fogo.

Após a reunião de empresários de defesa, que ocorre tradicionalmente na primeira segunda-feira do mês, na FIESP, começou a circular a informação.

Tratava-se da aquisição da AVIBRAS Aeroespacial, empresa de Jacareí (SP) pela ODEBRECHT Defesa e Tecnologia (ODT).

Uma notícia recorrente desde a formação da ODEBRECHT Defesa e Tecnologia (ODT), em 2011, consolidação dos negócios na área de Defesa do Grupo Odebrecht. As duas atividades mais conhecidas são a participação no Programa de Obtenção de Submarino (PROSUB), em parceria com a francesa DCNS. E a aquisição da “Missil House” Brasileira, a MECTRON, empresa de São José dos Campos (SP).

A sinergia entre os inúmeros trabalhos realizados entre a MECTRON e a AVIBRAS tem gerado recorrentes expectativas no mercado de que a ODEBRECHT Defesa e Tecnologia adquiri o controle acionário da AVIBRAS Aeroespacial.

Os projetos mais conhecidos em que envolvem as duas empresas:

- Míssil Ar-Ar A-DARTER;
- Remotorização do míssil EXOCET;
- Desenvolvimento do Míssil Antinavio de Superfície (MAN-SUP), e,
- Sistema AAe Pantsir 2 (caso seja adquirido pelo MD).

A AVIBRAS empresa que entrou em recuperação judicial em 2008, e foi uma das cerca de 10% que conseguiram sair da recuperação judicial, dentre o universo de empresas que procuraram este recurso administrativo.

Com mais de 50 anos de existência a empresa foi criada e moldada pelo mítico Engenheiro João Verdi de Carvalho Leite. Falecido em acidente aeronáutico, em 24 JAN 2009.

Embora os grandes resultados nos anos 70 e em especial nos 80, com o desenvolvimento do ASTROS II (Artillery SaturaTion ROcket System), a empresa entrou em crise com o brutal desaquecimento do setor nos anos 90.
Mesmo assim conseguiu manter os clientes do ASTROS II (excetuando o Iraque), em especial a Arábia Saudita.

A empresa tem ressentindo-se em especial de capital de giro. Também da inação da burocracia do Ministério da Defesa e área econômica do governo na emissão de garantias de exportação requeridas pelos clientes.

Em grande vendas é normal a empresa e o governo oferecerem garantia para a conclusão dos negócios nas áreas de defesa . Como exemplo na venda para a Malásia foi fundamental uma carta pessoal do então presidente Fernando Henrique Cardoso ao governo Malaio.

O Boato

DefesaNet contatou o presidente da própria ODEBRECHT Defesa e Tecnologia, André Amaro, que além de ficar surpresos contatou o próprio presidente da AVIBRAS Aeroespacial, Sami Hassuani, para clarear o assunto,na quinta-feira.

A resposta que DefesaNet obteve é de que não há negociações para a aquisição da AVIBRAS pela ODEBRECHT Defesa e Tecnologia. O que tem são os inúmero projetos nos quais as duas empresas participam associadas.

O presidente da ODT, André Amaro, detalha que no momento a empresa procura consolidar seus projetos na Defesa e preparar-se para a participação no Programa Gripen NG.

O principal acionista da AVIBRAS, João Brasil, filho de João Verdi, não tem detalhado o que planeja para a empresa.

A empresa atualmente tem o Projeto Estratégico de Defesa ASTROS 2020, um dos sete que constam do PAC.

A empresa MECTRON, integrante do grupo ODT, e a AVIBRAS Aeroespacial são Empresas Estratégicas de Defesa.


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