Trégua inalcançável no Oriente Médio: partes não querem nem falar entre si

Mesmo durante a conferência em Genebra, a trégua não chega ao Iêmen.


Sputnik

Nesta terça-feira, uma delegação dos rebeldes houthis deve chegar à Suíça para participar das negociações sobre a paz, convocadas pela ONU em Genebra. Além deles, outros grupos de oposição iemenita irão participar do diálogo.


Mapa do Iêmen em uma sala destinada às negociações na sede da ONU em Genebra, em 15 de junho
© AFP 2015/ FABRICE COFFRINI

No entanto, os bombardeios da coalizão árabe não cessam apesar dos apelos à paz da ONU. Além disso, as partes nem mostram sinais de vontade de dialogar.

"Falando simplesmente, tem duas salas e um moderador especial irá se deslocar entre elas", informou uma fonte no Estado-Maior general das Nações Unidas em Genebra.

As negociações começaram com um atraso de mais de uma semana, devido à hesitação tanto do governo iemenita no exílio, de Abd Rabbo Mansour Hadi, como das frações da oposição, inclusive o movimento Ansar Allah (houthis), o Congresso Geral dos Povos (GPC, na sigla em inglês), do ex-presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, e outras.

Vários observadores comentam que as negociações com moderação internacional não contribuirão muito para a pacificação do conflito no Iêmen, pois trata-se de interferência externa. E o conflito já conta com uma intervenção externa, visto que o país é bombardeado por uma coalizão internacional liderada pela Arábia Saudita e com o apoio dos Estados Unidos.

A opção mais relevante seria a mais drástica (para as partes): cessar os combates por um período e sentar-se à mesa do diálogo nacional. Talvez fosse é o que deveria fazer a Arábia Saudita, em vez de lançar campanha militar a pedido do presidente exilado contra o próprio país dele.

Mas como fazê-lo se as partes se recusam a falar cara a cara e se os países já envolvidos nas ações militares no Iêmen não querem deixar de combater?


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