EUA lançam ataque aéreo contra o jihadista 'John' na Síria

Terrorista matou dois jornalistas americanos e um japonês, entre outros.
Ainda há dúvidas sobre morte do carrasco britânico do Estado Islâmico.


Do G1, em São Paulo

Os Estados Unidos lançaram nesta quinta-feira (12) um ataque aéreo com drones na Síria que teve como alvo o cidadão britânico Mohammed Emwazi, conhecido como "Jihadi John", que apareceu em vários vídeos de decapitações do Estado Islâmico (EI), informou o Departamento de Defesa dos EUA.

Jihad John matou jornalistas e voluntários (Foto: Reuters / SITE Intel Group)
Jihad John matou jornalistas e voluntários (Foto: Reuters / SITE Intel Group)

O porta-voz Peter Cook não informou se Mohamed Emwazi morreu, afirmando apenas que "os resultados da operação realizada durante a madrugada estão sendo avaliados e informações adicionais serão dadas quando for apropirado", segundo comunicado.

Entretanto, as redes de televisão americanas "ABC News" e "CNN" afirmaram que, segundo fontes do alto escalão do governo americano, "Jihadi John" morreu nos ataques. Fontes militares deram a mesma informação à "BBC".

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um importante membro britânico do Estado Islâmico e três outros militantes estrangeiros foram mortos nos ataques aéreos.

"Um carro que levava quatro líderes estrangeiros do Estado Islâmico, incluindo um jihadista britânico, foi atingido por ataques aéreos dos EUA perto do edifício do governo da cidade de Raqqa", disse Rami Abdulrahman, diretor do grupo de monitoramento sediado na Grã-Bretanha, à Reuters.

"Todas as fontes no local estão dizendo que o corpo de um importante jihadista britânico está em um hospital de Raqqa. Todas as fontes estão dizendo que é Jihadi John, mas não posso confirmar pessoalmente", acrescentou.

O governo britânico ainda não sabe se "Jihadi John" morreu no ataque, afirmou o primeiro-ministro David Cameron.

"Ainda não temos certeza do sucesso do ataque" contra Mohammed Emzawi, mas a morte "desse assassinoi bárbaro seria um golpe no coração do Estado Islâmico", afirmou Cameron em uma breve declaração.

"Isto irá demonstrar para aqueles que machucariam a Grã-Bretanha, nosso povo e nossos aliados, que temos um longo alcance, temos determinação e nunca esquecemos de nossos cidadãos", acrescentou.

Ataque

O Pentágono informou que o bombardeio foi realizado em Raqa, capital de fato da organização extremista no norte da Síria.

A cadeia CNN e o jornal Washington Post, citando dirigentes americanos, afirmam que o ataque foi realizado com um drone e que o objetivo foi identificado vários dias antes pela inteligência americana.

"Jihadi John" apareceu nos vídeos do EI que mostravam os assassinatos dos jornalistas americanos Steven Sotloff e James Foley, do voluntário americano Abdul-Rahman Kassig, dos voluntários britânicos David Haines e Alan Henning, e do jornalista japonês Kenji Goto.

"Emwazi, um cidadão britânico, participou em vídeos que mostram os assassinatos dos jornalistas americanos Steven Sotloff e James Foley, do voluntário americano Abdul-Rahman Kassig, dos voluntários britânicos David Haines e Alan Henning, do jornalista japonês Kenji Goto e outros inúmeros reféns", detalha o departamento de Defesa.

De acordo com essa fonte, Emwazi teria sido atacado em Raqa no momento em que deixava um edifício e entrava em um veículo.

Emwazi, um programador de informática de Londres, nasceu no Kuwait, em uma família apátrida de origem iraquiana.

Seus pais imigraram para a Grã-Bretanha em 1993 depois que seus pedidos de cidadania kuwaitiana fracassaram.

Familiares

Familiares das vítimas do carrasco falaram sobre sua possível morte.

"Senti alívio ao saber que ele nunca mais aparecerá em um desses vídeos horríveis", declarou à televisão ITV Bethany Haines, filha de David Haines.

No entanto, "embora tenha desejado muito a sua morte, também queria respostas para as perguntas de por que ele fez isso, por que meu pai, e o que ganhou com isso", lamentou.

"Eu queria que o mascarado covarde sofresse da mesma forma que Alan e seus amigos, mas estou feliz que tenha sido destruído", tuítou Stuart Henning, sobrinho de Alan Henning.

Por sua vez, Diane Foley, a mãe do jornalista americano James Foley, criticou o fato de haver mais esforços para acabar com Emwazi "do que para resgatar esses jovens americanos quando estavam vivos."

A mãe do jornalista japonês Kenji Goto, pediu o fim do "ódio" e expressou seu desejo de que os conflitos armados desapareçam, um sentimento que, segundo ela, seu filho compartilharia com ela.

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