Washington confirma tráfico ilegal do petróleo sírio na Turquia

As autoridades dos EUA não acreditam que o governo da Turquia tenha alguma coisa a ver com os terroristas. Mas reconhecem o fato do comércio ilegal de petróleo que vem da Síria.


Sputnik

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Mark Toner, se pronunciou sobre as provas que confirmam a participação de Ancara no tráfico do petróleo transportado através de oleodutos controlados pelo grupo terrorista Daesh (também conhecido como "Estado Islâmico").


Apesar de uma grande parte da rede petrolífera síria estar nas mãos do Daesh, há instalações que acabam por voltar ao controle legítimo. Esta foto mostra um integrante das forças sírias perto de poço de petróleo nos arredores de Palmira.
Poço de petróleo na Síria © AFP 2015/ STR

"Eu reconheço estas informações. Nós desmentimos que o governo turco possa cooperar com o Estado Islâmico transportanto o petróleo através da sua fronteira. Nós acreditamos que a Turquia tomou todas as medidas necessárias para reforçar a sua fronteira com a Síria", disse Toner.

Ontem, durante uma entrevista coletiva, o Ministério da Defesa da Federação da Rússia apresentou provas que confirmam que o petróleo cujo transporte é controlado pelo Daesh vai parar na Turquia.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que iria renunciar ao seu cargo caso as informações da parte russa forem reconhecidas como certas.

No entanto, o vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, disse durante o evento de ontem que Erdogan "não renunciaria nem com o rosto pintado com petróleo roubado".

A extração e transporte de petróleo é uma das principais fontes de financiamento do Daesh, reconhecido como organização terrorista em vários países, inclusive na Rússia e no Brasil.

Em entrevista à Sputnik, um especialista italiano comentou hoje que o petróleo proveniente do Daesh poderia parar até na Europa — e até nos países que já sofreram com o seu terrorismo. Segundo ele, tal ação seria involuntária e pouco controlada.

Em 30 de setembro, começou a campanha aérea russa na Síria, após pedido de ajuda pelo governo da Síria. A coalizão internacional, liderada pelos EUA, não o considera como um aliado legítimo, porém a Rússia manifesta que todas as partes envolvidas no conflito devem ter o direito de combater o terrorismo.

No entanto, a Turquia, atingida por um impactante atentado reivindicado pelo Daesh em 20 de agosto, declarava que primeiro iria atacar os curdos, minoria étnica presente na Turquia, no Iraque e na Síria. Os curdos combatem também o Daesh e os destacamentos chamados peshmerga (palavra traduzida da língua curda como "aqueles que enfrentam a morte") até são considerados como uma das forças mais eficientes neste combate.



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