Coreia do Norte lança foguete e países condenam "violação de resolução" da ONU

RFI

A Coreia do Norte anunciou ter realizado na manhã deste domingo (7) o lançamento de um foguete de longa distância. Oficialmente, o regime de Pyongyang indica que o objetivo foi de colocar em órbita um satélite de observação terrestre pacífico. A operação, que viola resoluções da ONU, foi fortemente condenada pela comunidade internacional e uma reunião de emergência deve ser realizada em Nova York com as grandes potências do Conselho de Segurança da ONU. 


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Imagens do lançamento do foguete pela Coreia do Norte neste domingo, 7 de janeiro de 2016. 
REUTERS/Kim Hong-Ji

A televisão pública norte-coreana informou que o lançamento do foguete, ordenado pessoalmente pelo dirigente Kim Jong-Un, permitiu "colocar com sucesso em órbita nosso satélite de observação da Terra Kwangmyong 4".

A Coreia do Norte apenas exerce seu direito legítimo de utilização "pacífica e independente" do espaço, afirmou a apresentadora de televisão.

Mas os países vizinhos da Coreia do Norte suspeitam que o lançamento é uma fachada par um teste de míssil e de tecnologia balística visando desenvolver um sistema de armamento para conseguir atingir o território americano.

O departamento de defesa dos Estados Unidos garante que um míssil entrou no espaço e Seul confirmou a entrada em órbita de um objeto, contrariando notícias da rede de tevê japonesa NHK de que o lançamento havia fracassado.

Condenações imediatas contra violação


As condenações da comunidade internacional foram imediatas. Pequim, aliado de Pyongyang, lamentou o lançamento e pediu calma para não alimentar as tensões na região. Tóquio considerou o lançamento "absolutamente intolerável".

Moscou condenou a operação e a considera "prejudicial à segurança". O governo francês afirma que se trata uma "provocação insensata", uma "violação flagrante" das resoluções da ONU e pede um reação rápida e firme a partir de hoje.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, também denunciou uma "violação flagrante" das resoluções da ONU. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon julgou o anúncio "profundamente deplorável". A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Huye, reclama "medidas punitivas fortes" do Conselho de Segurança da ONU

Dirigentes da Coreia do Sul e dos Estados Unidos anunciaram a abertura oficial de discussões para instalar na península coreana um sistema de defesa antimíssil americano.

O último lançamento de foguete da Coreia do Norte foi feito em dezembro de 2012. Os serviços de informações internacionais suspeitam que o satélite colocado em órbita na ocasião nunca tenha funcionado corretamente. A hipótese reforça a convicção dos que acreditam que o objetivo científico da operação tenha sido apenas uma fachada para o desenvolvimento de tecnologia militar balística. 


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