Tiroteio em mesquita deixa mortos e feridos no Canadá

Homens invadiram o local e abriram fogo durante noite de orações. Primeiro-ministro classificou caso como 'ataque terrorista'.


Por G1

Um tiroteio dentro de uma mesquita matou ao menos 6 pessoas e deixou 8 feridos em Quebec, no Canadá, na noite deste domingo (29), segundo informou a polícia. A ação ocorreu no Centro Cultural Islâmico e foi classificada pelo premiê canadense Justin Trudeau como um “ataque terrorista”. 

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Movimentação após tiroteio em uma mesquita no Canadá | Mathieu Belanger | Reuters

Cerca de 40 pessoas faziam orações no momento em que dois homens armados entraram no templo. Ainda de acordo com a as autoridades, dois suspeitos de participar da ação foram presos, mas existe a possibilidade de um terceiro continuar foragido.

Os mortos têm entre 35 e 70 anos, afirmou a porta-voz da polícia local, Christine Coulombe. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dos feridos.

Segundo o site do jornal 'La Presse' a ação ocorreu por volta das 20h do domingo (23h em Brasília) e ao menos um dos suspeitos estava armado com um fuzil AK-47.

O motivo do ataque ainda não foi determinado. Segundo a imprensa local, a mesquita sofreu atos de vandalismo e mensagens xenófobas nos últimos meses. Uma cabeça de porco foi deixada diante da porta do templo durante o Ramadã, em junho de 2016, segundo a France Presse. Outras mesquitas do Canadá foram alvos de frases racistas nos últimos meses.

Reações

"Condenamos este ataque terrorista contra os muçulmanos em um centro de culto e refúgio. Os muçulmanos canadenses são parte importante de nosso tecido nacional. Estes atos sem sentido não têm espaço em nossas comunidades, cidades e país ", afirmou Trudeau em um comunicado, segundo a France Presse.

"Parte o coração ver esta violência sem sentido", afirmou Trudeau, antes de acrescentar que a "diversidade é nossa fortaleza e a tolerância religiosa é um valor que, como canadenses, valorizamos", completou.

O primeiro-ministro de Quebec, Philippe Couillard, escreveu no Twitter que o governo está "mobilizado para garantir a segurança da população" e que "Quebec rejeita categoricamente esta violência bárbara", tuitou. "Solidariedade com a população de fé muçulmana de Quebec".

Solidariedade 

O ataque acontece no momento em que o Canadá promete abrir as portas aos muçulmanos e refugiados, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um polêmico decreto que suspende a entrada dos refugiados e cidadãos de sete países muçulmanos, o que provocou o caos nas viagens e indignação no mundo.

O Canadá oferecerá temporariamente vistos de residência a várias pessoas retidas no país como resultado do decreto de Trump, informou no domingo o ministro da Imigração, Ahmed Hussen.

Trump suspendeu a entrada de refugiados nos Estados Unidos por 120 dias e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) por 90 dias.

Hussen, de origem somali, não condenou a medida dos Estados Unidos, mas enfatizou que o Canadá pretende manter uma política de imigração baseada na "compaixão", ao mesmo tempo que protege seus cidadãos.

"Damos as boas-vindas aos que fogem da perseguição, do terror e da guerra", disse, repetindo a mensagem de sábado do primeiro-ministro Justin Trudeau.

O presidente francês, François Hollande, condenou com "firmeza" o que chamou de "odioso atentado" na mesquita de Quebec.

De acordo com o último censo do Canadá, de 2011, uma a cada cinco pessoas no país nasceu no exterior.

O Canadá recebeu 39.670 refugiados sírios entre novembro de 2015 e o início de 2017, segundo o governo.


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