SAAB – Mistérios no Programa Gripen E

A realização do voo inaugural, no dia 15 de Junho, foi uma importante etapa no programa Gripen. Porém, as ações após o voo pela administração da SAAB geram questões.


Nelson Düring | DefesaNet

O primeiro voo do SAAB Gripen E, no dia 15 de Junho 2017, ocorreu como previsto no 2º trimestre do ano. Fato anunciado pela SAAB quando da inauguração do Centro de Engenharia EMBRAER – SAAB, em Gavião Peixoto.

Autoridades brasileiras e suecas com o piloto Marcus Wandt e a aeronave 39-8 ao gundo. Observar a falta do IRST.

Quinta-feira, 15 Junho 2017, as 10h32, a aeronave Gripen E (designação 39-8), decolou do aeroporto de Linkoping. O voo durou cerce 40 minutos. O primeiro voo é uma marca importante para projetos aeronáuticos, assim como o roll out. O segundo voo ocorreu em 22 Junho, com o piloto Robin Nordlander.

O Gripen E conduzido pelo piloto de testes da SAAB, Marcus Wandt, voou por cerca de 40 minutos realizando diversos experimentos incluindo retração do trem de pouso.

Após o pouso as ações da administração da SAAB passaram a ser confusas e pouco claras. Publicamos as próprias comunicações oficiais da SAAB através das contas do Tweeter (@saab e @gripennews).

Uma curta conferência de imprensa, conduzida, no mesmo dia, horas depois do voo, com a participação do piloto Marcus Wandt, Jonas Hjelm VP da Área de Negócios Aeronáutica da SAAB, Jerker Ahlqvist Diretor do Programa Gripen e Hans Einerth, Chefe de Equipe de Testes.

Mesmo com estas qualificadas presenças o conteúdo da conferência de imprensa foi, no máximo, que podemos dizer frustrante.

Jonas Hjelm VP da Área de Negócios Aeronáutica, foi enfático ao mencionar, que o “Software do Sistema de Aviônica estava totalmente qualificado”. 
Declaração reproduzida pela GripenNews.

Com grande perspicácia o analista Vianney Jr na própria conferência de imprensa formulou algumas perguntas, que foram respondidas via email pela SAAB diretamente ao analista, e as respostas publicadas em sua conta no Tweeter (@jrvianney).

Identificável na aeronave Gripen 39-8 falta de alguns sistemas como o IRST (InfraRed Search Tracking).

Esta é uma questão interessante pois o sistema desenvolvido pela SAAB, divide em dois os ambientes de software:

1 – Parâmetros de voo e Operação da Aeronave, e,
2 – Parâmetros de Missão (integração dados sensores, armas, datalink, etc).

Observar a falta do IRST na aeronave 39-8 no primeiro voo e no roll out ano passado. 

O objetivo exatamente de permitir a fácil integração de armas e sensores à aeronave sem necessidade de reescrever todo o software. Os elementos faltantes são da italiana Leonardo (ex-SELEX). Surge a questão e o radar AESA RAVEN está integrado? Ou mais crítico já teve sua etapa de desenvolvimento completada.

DefesaNet publicou que a própria SAAB estava retomando o desenvolvimento do radar AESA NORA abandonado no início dos anos 2000.

Estas dúvidas geradas pelo primeiro voo e depois pela pífia conferência de imprensa poderiam ser facilmente desfeitas no Show Aéreo de Le Bourget, Paris, que iniciaria, dali a três dias.

Surpresa, a empresa SAAB não realizou uma ÚNICA conferência de imprensa sobre o Gripen ou qualquer outro produto da empresa.

Quanto ao IRST a empresa menciona que será incluído em uma data posterior da fase de testes. Mais curioso foi a negativa da SAAB em responder qual o peso de Take-off da aeronave 39-8.

Neste momento do projeto, caracterizado pelo nevoeiro de várias decisões acertadas ou erradas, e as incertezas pelas demandas do Teatro de Operações (do Báltico) e do poder aéreo no século 21 os silêncios da SAAB são significativos e preocupantes.

Presentes ao primeiro voo o Ministro da Defesa Raul Jungmann e o Comandante da Aeronáutica Nivaldo Rossato e o Chefe da COPAC Brigadeiro Bonotto.

Não foi mencionada a presença de Jackson Schneider, CEO da EMBRAER Defesa & Segurança nos eventos do primeiro voo.

Na parte de preparação o Brasi foi integrado, como 6º membro, ao Gripen User's Group. Dentro deste contexto está sendo preparado Exercício Multinacional LION EFFORT 2018, a ser realizado na Hungria no próximo ano. Os seis membros do Gripen Users Group são: Suécia, África do Sul, República Tcheca, Tailândia, Hungria e agora o Brasil.


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