Alerta de tempestade: Romênia e Ucrânia 'pressionam' Transnístria

O conflito na Transnístria já deixou de ser um conflito e os líderes da Moldávia e Transnístria iniciaram um caminho rumo à aproximação e cooperação. Porém, as forças pró-romenas não gostam desta situação. O Tribunal Constitucional do país começou atacando primeiro.


Elena Glischinskaya | Sputnik

Para favorecer seu parceiro transatlântico, os vizinhos mais próximos podem aproveitar da crise de poder na Moldávia, onde o conflito entre o governo e o presidente não para.


Contingente de paz russo na Transnístria
Tropa de paz russa na Transnístria © Sputnik/ Sergei Kuznetsov

Basta lembrar a recente instalação de postos de controle da Ucrânia e Moldávia na fronteira com a Transnístria. Naquela altura, o presidente ucraniano prometeu que podia eliminar a Transnístria e fazer retirar as tropas russas. Contudo, ninguém levou a sério as palavras dele. Contudo, a linha política quanto a este assunto foi anunciada.

Recordo que as forças de manutenção de paz da Rússia estão na região com base no acordo de paz assinado em 1992. Durante todo este tempo, lá não houve nenhum conflito, bem como confrontos armados. O conflito deixou de ser um conflito, e os líderes da Moldávia e Transnístria iniciaram um caminho rumo à aproximação e cooperação. Pelo menos, ambos os presidentes afirmaram isso.

Porém, as forças pró-romenas não gostam dessa situação. O Tribunal Constitucional do país começou atacando primeiro, sendo a maior parte dos juízes cidadãos da Romênia. Ele reconheceu a Transnístria como "um território ocupado que faz parte da República de Moldávia" e qualificou como ilegal a presença de tropas russas em missão de paz. Por uma coincidência incrível, no mesmo dia o Fundo Monetário Internacional cedeu 21,5 milhões de dólares à Moldávia.

Como passo seguinte, o parlamento, e mais tarde o governo moldavo, solicitaram à Assembleia Geral da ONU que as tropas russas fossem retiradas da Transnístria. Contudo, eles não têm nada contra a presença de militares norte-americanas que, a propósito, tencionam construir oito novas infraestruturas militares na base militar perto da vila moldava de Bulboaca.

Seguidamente, também o oligarca apelidado o "dono da Moldávia", Vladimir Plahotniuc, se expressou à favor do rompimento unilateral do acordo russo-moldavo sobre a presença de forças de manutenção da paz na Transnístria.

Quem e por que precisou abrir uma velha ferida e acender um novo conflito na Transnístria? Pois o rompimento do acordo de paz equivale a uma declaração de guerra.

As declarações e protestos do presidente moldavo em exercício, Igor Dodon, não serão levados em conta, já que tudo será resolvido sem a participação dele. As competências do governo e do parlamento lhes permitem tomar decisões e ignorar a opinião do presidente. A sociedade ficou dividida e o confronto é entendido como uma coisa normal. Essa situação é aceitável para o cidadão comum, para quem têm mais importância os problemas do desemprego e corrupção.

As preocupações de que a Moldávia, através do Tribunal Constitucional e do parlamento, possa se aproximar da OTAN e realizar transformações radicais pró-ocidentais, fizeram Igor Dodon anunciar a elaboração da concepção de neutralidade permanente da república. Sem dúvida, essa iniciativa fará seus oponentes fazer uma jogada de resposta.

O único jeito de colocar um ponto final nesta disputa será a realização na Moldávia das eleições parlamentares, que devem ter lugar daqui a pouco mais de um ano.

A Transnístria aguentará e sobreviverá aos novos desafios, a República já passou por abalos até mais graves. Ela tem potencial, tanto econômico como militar, para encarar o futuro com confiança.


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