3ª DE - A Operação Ibicuí completa o ciclo de treinamento

A Operação Ibicuí, coordenada pela 3ª Divisão de Exército, com sede em Santa Maria, começou no dia 16 de outubro e foi concluída no sábado.


DefesaNet

Rosário do Sul (RS) – Esse foi o maior treinamento militar do Sul do país desde 2014, quando foi publicado o decreto que alterava a área de abrangência da 3ª DE, ampliando seu efetivo, o número de organizações subordinadas e, também, os recursos de combate. O objetivo da operação foi capacitar os comandos de grandes unidades – as brigadas –, finalizando o período de treinamentos que começou em março, com a incorporação dos recrutas.


Finalidade

De acordo com o general Amaro, esse tipo de manobra tem como objetivo preparar as tropas para atuarem em defesa do território nacional. Mas, os participantes também acabam se preparando para outras possíveis situações que não estão diretamente ligadas à ação militar. Durante o exercício, são considerados casos de transporte de refugiados, impactos ambientais e atendimento a feridos.

– São questões que não estão ligadas diretamente ao treinamento militar, ao seu preparo operacional, mas que fazem parte de nossas atividades de apoio à comunidade e são levadas em conta no planejamento das ações – avaliou o comandante.

Para o chefe do Centro de Coordenação Operacional do Comando Militar do Sul, general Carlos José Russo Assumpção Penteado, a Operação Ibicuí é a consolidação do treinamento avançado de todos os níveis operacionais do Exército.

A manobra também é resultado do Contrato de Objetivos 2017, firmado no final do ano passado e que define as estratégias e as ações consideradas prioritárias de acordo com cada meta estabelecida.

– Atualmente, a 3ª DE tem o maior poder de fogo do Exército Brasileiro. E, nesse sentido, a tropa precisa estar preparada. Esse exercício completa o ciclo de treinamento, permitindo que possamos verificar os sistemas utilizados nos diferentes níveis e pelas diferentes formas de combate – destacou o chefe do CCOp.

6º Grupo de Mísseis e Foguetes (6º GMF)

Um dos diferenciais da Operação Ibicuí foi a participação do 6º Grupo de Mísseis e Foguetes (6º GMF), localizado em Formosa, Goiás, única unidade do país que possui o Sistema Astros 2020. Cerca de 75 militares e 19 viaturas viajaram por cerca de cinco dias até a região central do Rio Grande do Sul, percorrendo 2,6 mil quilômetros de distância, para fazer parte do exercício.


O equipamento é um sistema de lançadores múltiplos de foguetes fabricado pela empresa brasileira Avibras. Permite o lançamento de foguetes em distâncias de até 300 km. Esse sistema foi desenvolvido ainda na década de 80, e foi utilizado na Guerra do Golfo, na década de 90.

Hoje, o Astros passa por um processo de modernização. Desde 2012, foi implantado um programa que contempla projetos de pesquisa e desenvolvimento, de aquisição e modernização de viaturas do Sistema Astros e de construção de instalações de organizações militares.

Uma das etapas inclui a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que, em parceria com o Exército, está desenvolvendo o Sistema Integrado de Simulação Astros (SIS-Astros), com previsão de ser concluído em 2020.

As Manobras nos 3º, 4º e 5ª dias

Na noite de 17 de outubro, o 19º Regimento de Cavalaria Mecanizado cumpriu sua missão de retardar as forças da coalizão vermelho-cinza, proporcionando tempo necessário à 3ª Divisão de Exército (3ª DE) para os preparativos de sua manobra de defesa móvel. Em final de missão, o "Regimento San Martin" foi acolhido por tropas da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada.

No dia de 18 de outubro, cumprindo o previsto no plano de operações da Divisão Encouraçada, a 6ª Brigada de Infantaria Blindada, as 2ª e 3ª Brigadas de Cavalaria Mecanizada, a Artilharia Divisionária da 3ª DE, o 4º Grupamento de Engenharia e o 1º Batalhão de Comunicações realizaram o ensaio do plano de contra-ataque divisionário, ação decisiva ao êxito da operação.

Com o intuito de melhorar o adestramento de tiro das guarnições blindadas e bocas de fogo divisionárias, o 1º Regimento de Carros de Combate realizou treinamento de tiro com suas metralhadoras calibre .50, ao passo que os Grupos de Artilharia (26º GAC AP, 27º GAC e o 3º GAC AP) executaram tiros de regulação e eficácia em alvos pré-estabelecidos, bem como tiro iluminativo noturno.

Na jornada de 19 de outubro, a 1ª Brigada de Cavalaria mecanizada realizou ataque com transposição do rio Santa Maria, simulando o avanço das forças inimigas da coalizão vermelho-cinza, que conquistaram objetivos nas regiões de São Simão e Guarda Velha.

Para tanto, a Brigada “Brigada José Luiz Menna Barreto” contou com o valioso apoio do 4º Grupamento de Engenharia, que coordenou a travessia daquele obstáculo de grande vulto, empregando botes de assalto, pontes e portadas, capazes de transportar os poderosos meios blindados da 3ª Divisão de Exército.

O dia 20 de outubro, para que a manobra obtivesse êxito, a 6ª Brigada de Infantaria Blindada, da força azul, conduziu treinamento de tiro com um pelotão de carros de combate e uma seção de artilharia antiaérea, empregando os blindados Leopard 1A5 BR e Gepard. A intenção do Comandante da Divisão Encouraçada, no interior do bolsão, foi de destruir a maioria do material de emprego militar do inimigo.

Para isso a Artilharia Divisionária da 3ª DE executou uma intensificação de fogos para barrar a penetração do inimigo e degradar a maioria dos seus meios, executando fogos de barragem, de zona e ajustados. A Artilharia Divisionária da 3ª DE constituída por 2 Grupos de Artilharia de Campanha 155 mm e também de 4 Grupos 105 mm orgânicos das Brigadas subordinadas, contou com o apoio de uma bateria do 6º Grupo de Misseis e Foguetes.

Marcando o coroamento da manobra, a “Brigada Niederauer” venceu as forças inimigas da coalizão vermelho-cinza, com a realização do contra-ataque de destruição, levado a cabo pelas forças azuis. Assim, chega ao fim a Operação Ibicuí 2017, exercício no terreno que mostra a excelência do preparo da Divisão Encouraçada para a defesa da pátria!

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