Ataques continuam na Síria; ONU quer aplicação imediata do cessar-fogo

Ao menos 10 civis morreram em bombardeios aéreos e disparos de mísseis feitos pelo regime sírio em Duma, principal cidade de Guta Oriental, entre domingo e segunda.


Por G1

Bombardeios aéreos e disparos de mísseis do regime sírio contra o reduto rebelde de Guta Oriental, perto de Damasco, prosseguiram nesta segunda-feira (26), dias após a aprovação na Organização das Nações Unidas de um cessar-fogo de 30 dias.

Sírio caminha entre prédios destruídos em Duma, cidade de Guta Oriental, neste domingo (25), oito dias após a intensificação do conflito na região  (Foto: Hamza Al-Ajweh / AFP )
Sírio caminha entre prédios destruídos em Duma, cidade de Guta Oriental, neste domingo (25), oito dias após a intensificação do conflito na região (Foto: Hamza Al-Ajweh / AFP )

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez um apelo nesta segunda para que a trégua seja aplicada imediatamente, segundo a France Presse. "Espero que esta resolução seja aplicada imediatamente para tornar possível prestar imediatamente ajuda e serviços humanitários", declarou Guterres, ao comentar o texto aprovado pelo Conselho de Segurança no sábado (24).

A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou que uma família de nove pessoas foi morta em ataques do governo contra Guta Oriental, entre domingo e esta segunda-feira. Entre as vítimas, estão nove membros de uma família, incluindo três crianças.

Na noite de domingo, autoridades de saúde de Guta Oriental disseram que várias pessoas mostraram sintomas condizentes com a exposição ao gás cloro depois de uma explosão, e que uma criança morreu.

Cessar-fogo

O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade no sábado (24) uma resolução na qual exige a todas as partes beligerantes a suspensão das hostilidades durante 30 dias em todo o país, incluindo de forma expressa Guta Oriental. A trégua permitiria o acesso de ajuda humanitária e as retiradas feridos.

No entanto, a resolução exclui do cessar-fogo os grupos terroristas Estado Islâmico (EI) e Organismo de Libertação do Levante, aliança criada em torno da Frente Al Nusra, nome da antiga filial síria da Al Qaeda que, segundo o governo sírio, está presente em Guta Oriental.

A intensidade do bombardeio diminuiu desde então, mas, mesmo assim, vem deixando mortos. Em Guta Oriental, os moradores aproveitaram o relaxamento relativo no bombardeio para procurar provisões, contou Moayad Hafi, agente de resgate que atua no local.

"O bombardeio é menor em relação aos últimos dias. Os civis correram de seus abrigos para conseguir comida e voltaram rápido, já que os aviões de guerra ainda estão no céu e podem atacar a qualquer momento", disse ele à Reuters por mensagem de voz.

Ataque a Guta

O presidente sírio, Bashar al-Assad, que tem apoio da Rússia e do Irã, vem reconquistando gradualmente áreas onde seus opositores se insurgiram contra seu governo em 2011. Guta Oriental é o último grande bastião rebelde próximo de Damasco, a sede da administração de Assad.

A ofensiva do governo na região, que começou no domingo (18), já foi considerada uma das mais violentas da guerra síria, que já dura quase sete anos.

Após a intensificação dos combates em Guta Oriental, com intensos ataques aéreos, de artilharia e com mísseis, a região contabilizou a morte de pelo menos 522 pessoas, de acordo com um saldo compilado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, grupo de monitoramento sediado no Reino Unido.

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