Mais de 250 fuzileiros navais são enviados para proteger o Porto de Santos, SP

Navio Doca Multipropósito Bahia foi deslocado do Rio de Janeiro com sete caminhões, três blindados e dois helicópteros. Ordem do Governo Federal é normalizar as operações no cais.


Por José Claudio Pimentel | G1 Santos

O comando das Forças Armadas deslocou, neste domingo (27), o Navio Doca Multipropósito Bahia (G40), com 260 fuzileiros navais, para manter a segurança e garantir as operações no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O complexo portuário é alvo de protestos de caminhoneiros, que estão em greve há uma semana.

Navio Docas Multipropósito Bahia chega ao Porto de Santos, no litoral de SP (Foto: G1 Santos)
Navio Docas Multipropósito Bahia chega ao Porto de Santos, no litoral de SP (Foto: G1 Santos)

No sábado (26), Navio-Patrulha Macaé (P70) atracou no cais santista com 22 fuzileiros como medida emergencial decorrente do decreto presidencial para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estabelecido na sexta-feira (25). O Governo Federal quer que o porto retome as atividades rotineiras o "mais breve possível".

O Bahia foi deslocado do Rio de Janeiro com sete caminhões para transportar tropas, três blindados e dois helicópteros. Uma das aeronaves foi vista durante a manhã de domingo sobrevoando o complexo portuário para, segundo o Comando do Exército, fazer o reconhecimento de eventuais pontos de protesto no cais.

Ainda durante a manhã, o general Alexandre de Almeida Porto, comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, que coordena as operações das Forças Armadas no litoral paulista, participou de uma videoconferência com o comando em São Paulo e em Brasília. O objetivo foi traçar estratégias para as ações no cais.

O G1 apurou que o Governo Federal também foi informado neste domingo que os caminhoneiros não realizam bloqueios efetivos nos acessos terrestres ao Porto de Santos, o que impediria a passagem de veículos. Entretanto, mantêm pontos de aglomeração e acampamentos nas duas margens, desde o início da paralisação.

O reforço de tropas militares no complexo acontece, ainda segundo o comando do Exército em São Paulo, para manter o "pleno funcionamento das operações" no cais. O deslocamento também ocorre para fazer a segurança da área do Porto Organizado e, portanto, os fuzileiros não deverão seguir para as estradas da região.

O Bahia atracou no Porto de Santos às 14h, conforme previsto inicialmente. No início tarde, militares do Exército também circularam armados pelas vias do porto utilizando motos. Não houve qualquer tipo de intervenção ou ação para retirar os caminhoneiros que protestam pacificante e esão instalados às margens das pistas.

Refinaria

Militares do Exército foram enviados para fazer a segurança no entorno da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) e da Base de Distribuição de Combustível da Petrobras (Bacub) em Cubatão, neste domingo (27). As instalações também são alvos dos protestos de caminhoneiros, parados há uma semana.

Equipes do 2º Batalhão de Infantaria Leve, localizado em São Vicente, receberam a missão do Comando em Brasília para permanecerem nas portarias da RPBC e da Bacub. Por volta das 15h, eles foram flagrados por funcionários da empresa. O objetivo, é permitir que ocorra o "funcionamento normal das instalações e a distribuição de caminhões com combustíveis".

Paralisação

O Porto de Santos não registra movimentação de caminhões nas duas margens desde segunda-feira (21), segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária. O modal rodoviário representa 70% das operações, que foram diretamente impactadas com a paralisação da categoria.

A Codesp informou ao longo da semana e, reafirmou neste domingo ao G1, que mantém todas as operações no costado, com o embarque e desembarque de cargas nos navios que fazem escalas. A movimentação de mercadorias a partir de ferrovia, que representa 26% do total, e de dutovia (4%), também não foram interrompidas.

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