Rolls-Royce volta a cooperar com a Armada Argentina

Decorridos quase 36 anos e meio desde a capitulação argentina perante tropas do Reino Unido na Guerra das Malvinas, representantes da divisão de turbinas da Rolls Royce da América do Sul voltaram a reunir-se, em uma instalação da Armada Argentina, com militares desse país, do Chile, do Brasil e da Grécia, para examinar uma pauta de assuntos atinentes à manutenção dos equipamentos de tecnologia britânica.


Por Roberto Lopes | Poder Naval

O encontro se desenvolveu entre os dias 22 e 25 de outubro, em clima de cordialidade profissional, na Torre de Señales da Base Naval de Puerto Belgrano e no Arsenal Aeronaval Comandante Espora, no âmbito da 14ª Reunião do Clube de Operadores de Turbinas Rolls Royce da América do Sul.


ARA Heroína
Destróier ARA Heroína, classe Meko 360, equipado com turbinas Rolls-Royce Olympus TM38

A Marinha Argentina foi a anfitriã do evento, que só se tornou possível depois que, no fim do primeiro semestre, o governo de Londres levantou uma proibição de comércio de itens militares com a Administração do presidente Mauricio Macri.

A ata da reunião foi rubricada pelo gerente da Rolls Royce na América do Sul, Walter Espinoza, pelo Jefe de Mantenimiento y Arsenales da Armada Argentina, contra-almirante Eduardo Luis Malchiodi, de 60 anos, pelo diretor de Engenharia de Sistemas Navais da Marinha do Chile, contra-almirante José Luis Fernández Morales, de 51 anos, pelo diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, contra-almirante Enio Zanelatto Liberal, e pelo capitão de mar e guerra (Engenheiro Mecânico) da Marinha grega Sotirios Tsamilis.

“Porta” 

Reuniões como essa servem à identificação de problemas comuns aos operadores das turbinas, ao intercâmbio de informações entre esses usuários, e a uma socialização de experiências, conhecimentos e propostas.

Estamos en un punto de inflexión porque Rolls Royce volvió a las reuniones en Argentina y esto abre una puerta para retomar la adquisición de partes y repuestos que nos van a facilitar seguir procesando las turbinas, declarou o almirante Malchiodi à revista eletrônica Gaceta Marinera, de sua Marinha.

El Arsenal Comandante Espora es un punto de mantenimiento mayor para turbinas Tyne y Olimpus, prosseguiu o oficial argentino. La Armada Argentina tiene la capacidad de hacer el 100% del proceso ya sea en la propia turbina como en los accesorios.

Nesse momento a Marinha Argentina necessita urgentemente de apoio técnico da Rolls Royce para recuperar o sistema de propulsão do destructor Heroina, um navio classe Meko 360.

O almirante Liberal também falou à imprensa naval argentina:

“[A reunião do clube de Operadores] é muito importante porque vamos acumulando procedimentos, podemos compartilhar experiências e assim evitar problemas que significam muitos gastos de dinheiro e a parada dos navios”.

As reuniões do Clube de Operadores acontecem há 13 anos, e a próxima será realizada na Grécia.

O Poder Naval apurou que, dentro de algumas semanas, o almirante Liberal assumirá a Diretoria Industrial da MB, em substituição ao almirante Mário Botelho, que está sendo indicado para o cargo de Diretor de Engenharia Naval da Força.

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