Saída da Síria: Trump tenta acalmar Netanyahu com Pompeo no Brasil e US$ 4,5 bi anuais

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu que Washington está pagando bilhões de dólares por ano pela segurança de Israel, e que Tel Aviv não deve se preocupar em perder sua influência na região depois que as tropas dos EUA se retirarem da Síria.


Sputnik

"Falei com Bibi [Benjamin Netanyahu]. Eu disse a Bibi, você sabe que damos a Israel US$ 4,5 bilhões por ano. E eles estão se saindo muito bem em se defender", declarou Trump a repórteres quando voltava do Iraque, onde fez uma visita surpresa aos soldados dos EUA que estavam no local.


Presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
Donald Trump e Benjamin Netanyahu © REUTERS / Ariel Schalit/Pool

"Nós vamos tomar muito cuidado com Israel. Vai ser bom para Israel", acrescentou o presidente dos EUA, respondendo a uma pergunta sobre como sua anunciada retirada da Síria terá impacto sobre Israel.

"E nós damos, francamente, muito mais do que isso, se você olhar para os livros", completou.

Israel, que já é o maior beneficiário da ajuda externa americana desde a Segunda Guerra Mundial, conseguiu durante a presidência de Barack Obama garantir outro pacote de ajuda militar de US$ 38 bilhões nos próximos dez anos.

Este montante, no entanto, ficou aquém dos US$ 4,5 bilhões anuais que Netanyahu estava procurando. No ano passado, a ajuda dos EUA a Israel chegou a quase US$ 3,2 bilhões e deve aumentar quando o novo acordo começar no ano fiscal de 2019.

Ao longo dos anos, o Estado judeu usou os fundos americanos para desenvolver suas capacidades militares e agora se sente confiante em sua capacidade de proteger seus interesses na região.

"Estamos firmes em nossas linhas vermelhas na Síria e em qualquer outro lugar", disse Netanyahu na quarta-feira, observando que Israel desenvolveu "capacidades especiais" em armas e sistemas defensivos, bem como mísseis de ataque que podem destruir qualquer alvo, mesmo depois das tropas americanas retirarem-se da Síria.

Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos surpreendeu o mundo ao anunciar que iria retirar todos os 2.000 soldados dos EUA do país devastado pela guerra, deixando Israel para enfrentar a ameaça iraniana percebida por conta própria. Implacável, Netanyahu enfatizou que Israel "não está preparado para aceitar o entrincheiramento militar iraniano na Síria", prometendo continuar a atacar seu vizinho.

Pompeo terá encontro com Netanyahu no Brasil

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se reunirá na próxima semana no Brasil com Netanyahu, informou em uma nota o Departamento de Estado nesta quinta-feira. Os dois se reunirão em Brasília, onde estarão presentes na posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Netanyahu encontrou-se frequentemente com Pompeo e desfruta de um relacionamento caloroso com Trump, feliz com a sua retirada de um acordo de desnuclearização com o Irã e com sua mudança marcante da embaixada dos EUA para Jerusalém. Mas isso sofreu um duro golpe com a decisão sobre a retirada da Síria.

Israel tem sido medido em sua resposta pública, dizendo que respeita a decisão de Trump, que levou à renúncia do secretário da Defesa, Jim Mattis. Até aqui, Tel Aviv realizou centenas de greves na Síria que, segundo ela, estão atacando as forças iranianas e seus aliados do Hezbollah.

Além da agenda com o premiê israelense, Pompeo também se encontrará no Brasil com o presidente peruano, Martin Vizcarra, e depois viajará para Cartagena para conversar com o presidente colombiano, Ivan Duque.

Esforços para aliviar uma crise na Venezuela, onde a fome e a hiperinflação forçaram cerca de 3 milhões de refugiados a fugir para países vizinhos como Colômbia, Brasil e Peru, terão destaque nas discussões com os líderes sul-americanos, acrescentou o comunicado.

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