Quando russos e americanos se abraçaram e apertaram as mãos em amizade

Nunca antes, ou desde então, as relações entre as duas superpotências foram tão cordiais como durante o encontro dos dois exércitos no rio Elba, no final da Segunda Guerra Mundial. Episódio ocorreu há exatos 74 anos.


Boris Egorov | Russia Beyond

Na primavera de 1945, tropas soviéticas e norte-americanas estavam inexoravelmente se movendo em direção uma da outra, esmagando os restos do Terceiro Reich em direções opostas. Um encontro entre os Aliados era inevitável, e finalmente aconteceu em 25 de abril, no rio Elba, não muito longe da cidade de Torgau, no noroeste do estado da Saxônia. Este evento notável ficou conhecido como o Dia do Elba.

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Quando o 5º Exército de Guardas da União Soviética, comandado pelo general Aleksêi Jadov, e o Primeiro Exército dos EUA, do general Courtney Hodges, se encontraram no Elba, eles efetivamente cortaram a Alemanha ao meio, dando um golpe mortal no que restava das tropas da Wehrmacht e da SS.

As tropas americanas chegaram ao Elba semanas antes dos soviéticos. Em teoria, poderiam ter continuado avançando rumo a Berlim. Mas, como o comando aliado abandonou os planos de atacar a capital alemã, os norte-americanos não cruzaram o rio e esperaram pelas tropas soviéticas.

Os primeiros americanos a encontrar soldados soviéticos no Elba eram de uma unidade de patrulha comandada pelo 1º tenente Albert Kotzebue, perto da cidade de Strehla. No mesmo dia, porém mais tarde, outra patrulha norte-americana, do 2º tenente William Robertson, encontrou a soviética liderada pelo tenente Aleksandr Silvachko, perto da ponte destruída em Torgau.

A princípio, os soviéticos confundiram os norte-americanos com os alemães, mas logo perceberam o erro. Um oficial, Aleksêi Gorlianski, lembra que quase atirou nos americanos que se aproximavam, mas não abriu fogo quando um deles gritou: “Muscovi-Washington. Hitler caput. Harrah!”

“Assim vez que eles nos reconheceram, ficamos todos amigos”, lembrou James J. McDonnell. “Não sabíamos falar russo, e eles não falavam inglês, mas os abraços e apertos de mão diziam tudo.”

Silvachko e Robertson foram escolhidos para fazer história. Durante as cerimônias e celebrações oficiais, foi feita uma foto com eles se cumprimentando, e, ao fundo, bandeiras soviéticas e americanas, bem como um cartaz onde lia-se “Oriente encontra Ocidente”. Esta foto se espalhou pelo mundo todo, tornando-se, assim, um símbolo de unidade entre os aliados.

Apesar do posterior esfriamento das relações entre os dois países, Robertson e Silvachko continuaram próximos durante o resto de suas vidas. Robertson esteve várias vezes na União Soviética para visitar o amigo.

Os soldados dos dois países beberam, dançaram e trocaram lembranças: botões, estrelas e insígnias de seus uniformes. “Alguém ficou com meu relógio de pulso, e eu fiquei com o dele”, lembrou Robertson. Oficiais de alto escalão trocaram armas.

Embora algumas tropas britânicas estivessem presentes no Dia do Elba, o encontro principal com os soviéticos ocorreu mais tarde, no início de maio, quando o Segundo Exército Britânico estabeleceu contato com a 3ª Divisão de Tanques de Guardas da União Soviética, perto de Wismar, no norte da Alemanha.

A partir do chamado Dia do Elba, reuniões, conferências e celebrações conjuntas soviético-americano-britânicas continuaram por vários meses. Mas, depois do acontecimento memorável e alegre, os soldados cederem lugar à política, e o mundo enfrentou o início da Guerra Fria.

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