Gastar 827 milhões na ‘melhor aeronave do mercado’ não é despesa, mas investimento

Ministro da Defesa de Portugal defende aquisição de jato de transporte da Embraer


Manuel de Almeida | Lusa | Poder Aéreo

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, realça que a aeronave KC-390 é “a melhor do mercado” e argumenta que a compra de cinco destes aviões por Portugal é “um investimento” e não “uma simples despesa”.

Embraer KC-390

A assinatura dos contratos relativos à aquisição de cinco aeronaves KC-390 e de um simulador de voo ocorreu nesta quinta-feira, em Évora, nas instalações da construtora aeronáutica brasileira Embraer.

Na cerimônia, presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, João Gomes Cravinho frisou que “os 827 milhões que serão investidos nos próximos 12 anos incluem a aquisição das aeronaves, o simulador, os equipamentos, mas também os custos de manutenção, da aquisição de sistemas complementares ou ainda a construção e adaptação de infraestruturas necessárias à sua operação, a partir da Base Aérea n.º 6 no Montijo”.

“Isto significa que futuros orçamentos não serão onerados com despesas necessárias, mas de difícil enquadramento, como aconteceu no caso de algumas das capacidades atualmente ao dispor da Força Aérea”, acrescentou o ministro.

Com o KC-390 da Embraer, que conta com participação nacional, “Portugal está a adquirir a melhor aeronave do mercado para os requisitos operacionais e logísticos específicos” do país, afiançou ainda Gomes Cravinho.

“A participação nacional na edificação e dinamização do programa do KC-390 revela bem a actual capacidade competitiva da indústria aeronáutica nacional, incluindo aquela que está instalada em Évora, e que garante um retorno económico, financeiro e de conhecimento” para Portugal, defendeu o ministro.

“É por isso” que “o processo de aquisição do KC-390” por Portugal, “muito mais do que uma simples despesa, é um grande investimento para o país“, segundo Gomes Cravinho.

O ‘cluster’ aeronáutico português “representa já cerca de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional” e o que se espera é que “possa vir a duplicar num horizonte próximo”, assinalou o ministro.

“Esta indústria representa 3,3% das exportações nacionais” e regista “uma tendência crescente nos últimos 10 anos”, indicou ainda, argumentando que esta “grande competitividade nacional” se estende ao plano europeu, o que permite a Portugal “liderar projectos no âmbito da cooperação estruturada permanente da União Europeia nesta área”.

Com o KC-390, cuja primeira aeronave está prevista ser entregue a Portugal em 2023, as Forças Armadas portuguesas “ficam melhor equipadas”, com uma aeronave “com alcance intercontinental” e com capacidade para executar diversas missões e operações “estratégicas, tácticas, civis e militares”, de acordo com o governante.

“Permitirá reforçar as actuais capacidades de transporte aéreo, busca e salvamento, evacuações sanitárias e de apoio a cidadãos nacionais, nomeadamente entre o continente e os arquipélagos ou na diáspora, entre outras missões”, indicou ainda.

Embraer já exporta mais de 300 milhões/ano a partir de Portugal

As empresas Embraer em Portugal exportam mais de 300 milhões de euros por ano e prevêem crescer para os 400 milhões em 2020, no conjunto das duas fábricas de Évora e da OGMA, em Alverca, revelou o presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider.

O responsável, que falava na cerimónia com Costa e Gomes Cravinho, afirmou ainda que, “em valor acumulado”, considerando o período de 2015 a 2024, as empresas da construtora aeronáutica brasileira em Portugal “exportarão mais de 3.500 milhões de euros”.

FONTE: ZAP

Avião Embraer T-27 / AT-27 Tucano - FAB - GIIC

Avião Embraer T-27 / AT-27 Tucano - FAB - GIIC

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