'Arrogante e ilegal': Rússia denuncia presença de tropas dos EUA em poços petrolíferos na Síria

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, fez a declaração durante coletiva de imprensa com seus homólogos do Irã e Turquia, reunidos nesta terça-feira (29), no Escritório da ONU em Genebra.


Sputnik

Os Estados Unidos foram "arrogantes" ao enviar tropas para proteger poços de petróleo na Síria, disse o chanceler russo. Lavrov notou que ainda não está claro de quem as instalações precisam ser "protegidas".


Ministro da Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, (centro) se reúne com seu colega iraniano, Javad Zarif, (à esquerda) e turco, Mevlut Cavusoglu (à direita), em 29 de Outubro de 2019
Ministro da Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, (centro) se reúne com seu colega iraniano, Javad Zarif, (à esquerda) e turco, Mevlut Cavusoglu (à direita), em 29 de Outubro de 2019 © SPUTNIK / VITALY VELOUSOV

"A afirmação de que a presença [dos EUA] é necessária para proteger as riquezas petrolíferas é arrogante. Ao fim e ao cabo, os poços de petróleo estão sendo protegidos dos próprios sírios", disse Lavrov.

A medida norte-americana é uma violação da lei internacional, uma vez que a presença dos EUA na Síria é "ilegal", reiterou o chanceler, ao lado de seu homólogo iraniano, Javad Zarif, e turco, Mevlut Cavusoglu.

O chanceler russo acredita que a alegação de Washington de que os poços precisam ser protegidos do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e demais países) é um pretexto para voltar atrás na decisão de retirar as tropas da Síria.

A alegação é ainda mais confusa se considerarmos que "em março deste ano, os EUA já haviam anunciado que o Estado Islâmico [Daesh] havia sido derrotado, esmagado", lembrou Lavrov.

Encontro de ministros

Os ministros da Rússia, Irã e Turquia se reuniram para lançar oficialmente o Comitê Constitucional da Síria, que iniciará os seus trabalhos no Escritório das Nações Unidas em Genebra, na Suíça.

Outro ponto relevante da agenda foi o cessar-fogo no nordeste da Síria, negociado entre a Rússia e Turquia, na semana passada, em Sochi. O cessar-fogo expirou nesta quarta-feira (30).

O ministro das Relações Exteriores da Turquia afirmou que, terminado o cessar-fogo, qualquer grupo armado curdo remanescente na "zona de segurança" próxima à fronteira sírio-turca será eliminado.

Conciliador, o ministro turco notou que confia na informação russa de que os curdos se retiraram da região, em consonância com o acordo de Sochi.


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