Exército do Líbano desmonta bloqueios rodoviários de manifestantes; escolas continuam fechadas

O Líbano acionou soldados e batalhões de choque nesta quinta-feira para reabrir uma grande rodovia ao norte de Beirute e uma ponte da capital que manifestantes antigoverno haviam interditado.


Por Ellen Francis e Issam Abdallah | Reuters

BEIRUTE - Duas semanas de grandes manifestações contra a elite governante perderam força depois que o primeiro-ministro, Saad al-Hariri, renunciou na terça-feira, mas os manifestantes voltaram às ruas na noite de quarta-feira e ergueram bloqueios exigindo mais renúncias.

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Exército desmonta barricada em Beirute 30/10/2019 REUTERS/Mohamed Azakir

“Estamos nas ruas há 14 dias. Os políticos têm encarado isso como se nada estivesse acontecendo”, disse Simon Nehme, manifestante presente na ponte Ring de Beirute. “Eles estão enrolando para nos entediarem e nos mandar sair das ruas. Isso não acontecerá”.

Na tentativa de restaurar um arremedo de normalidade nesta quinta-feira, soldados retiraram caçambas, carros e barracas que bloqueavam uma rodovia que liga a capital ao norte do Líbano.

O comando do Exército disse que as pessoas têm direito de protestar, mas somente em praças públicas. Soldados usaram gás lacrimogêneo depois de se chocarem com manifestantes que interditaram uma estrada de madrugada na região de Akkar.

O ministro da Educação pediu que escolas e universidades reabrissem as portas, mas na capital e em partes do norte e do sul do país a maioria das escolas permaneceu fechada, disseram testemunhas da Reuters.

Os bancos, fechados há quase duas semanas, devem retomar as operações e receber clientes na sexta-feira, disse a associação libanesa de bancos.

O presidente Michel Aoun pediu formalmente ao gabinete que continue atuando em caráter interino até um novo ser formado, como exigido pelo sistema de governo do Líbano.

Na semana passada, o governo dividido de Hariri tentou apaziguar a revolta popular contra os líderes políticos acusados de levar a nação a um colapso econômico.

O governo anunciou uma série de planos de reformas, mas como não surgiram medidas concretas foi incapaz de acalmar os manifestantes ou convencer credores multilaterais o suficiente para que liberem bilhões de uma ajuda que prometeram e que é extremamente necessária.

Uma autoridade de alto escalão a par das ideias de Hariri disse que este está disposto a voltar como premiê de um novo governo libanês, contanto que este inclua tecnocratas e possa implantar reformas para afastar o colapso econômico rapidamente.
 

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