Turquia é alvo de sanções dos EUA – mas motivo não é Síria, diz analista

Congressistas dos EUA aprovaram um pacote de sanções contra a Turquia. De acordo com analista, Washington viola o direito internacional e usa a Síria como pretexto para atacar Ancara.


Sputnik

O serviço russo da Rádio Sputnik conversou com o cientista social Igor Shatrov sobre o recente pacote de sanções contra Ancara aprovado pela câmara baixa do Congresso norte-americano. O texto deve seguir para o Senado e, se aprovado, irá "ferir o espírito da OTAN", conforme afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Turquia.

Presidente dos EUA, Donald Trump, concede entrevista ao lado de seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em conferência da OTAN
Donald Trump e Recep Tayyip Erdogan © REUTERS / Tatyana Zenkovich

O pacote, aprovado por ampla maioria dos membros da Câmara dos Representantes, impõe sanções contra a Turquia em função da ofensiva militar na Síria e devido à compra de sistemas de defesa antiaérea russos S-400.

As restrições devem atingir o banco turco Halkbank e altos funcionários do governo, inclusive o ministro da Defesa da Turquia. Os deputados norte-americanos também solicitam informações sobre os ativos do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e sua família presentes em território norte-americano.

A Turquia rebateu, afirmando que os EUA deveriam se abster de "utilizar questões das relações bilaterais para satisfazer objetivos de política interna" e, ao contrário, tomar medidas para evitar a deterioração das relações entre os dois países.

O cientista político Igor Shatrov acredita que as sanções ferem o direito internacional e ignoram as vias diplomáticas de solução de controvérsias:

"Quando os EUA impõem esse tipo de sanções extraterritoriais, eles estão violando o direito internacional. É necessário investigar se houve violação do direito internacional por parte da Turquia e, caso afirmativo, aplicar medidas diplomáticas", declarou.

Shatrov demonstrou preocupação com a facilidade com que os EUA recorrem a sanções, sem análise cuidadosa dos fatos ou dos impactos em países terceiros.

"Eu acredito que, nesse caso específico, quem deve ser criticado não é a Turquia, mas os EUA, por utilizarem leis internas para atingir seus objetivos econômicos."

Shatrov não acredita que os Estados Unidos estejam dispostos a se sentar na mesa de negociações, uma vez que a questão da Síria foi utilizada como pretexto.

"O motivo principal para a imposição de sanções é a cooperação entre a Turquia e a Rússia", argumentou Shatrov.

Deterioração das relações Turquia-EUA

No dia 9 de outubro, a Turquia anunciou o início de uma ofensiva militar na região nordeste da Síria, com o objetivo de atacar milícias curdas, que até então recebiam apoio material e financeiro dos EUA.

Anteriormente, a compra pela Turquia de sistemas antimísseis russos S-400 havia gerado inquietação nos Estados Unidos, que ameaçaram suspender a entrega de caças F-35 caso Ancara não desistisse da compra.

A modernização das Forças Armadas turcas veio na esteira da reação de Ancara a uma tentativa de golpe de Estado, em julho de 2016, contra o atual presidente do país, Recep Tayyip Erdogan. O líder turco acusa um político vivendo no exílio nos Estados Unidos de estar por trás do ocorrido.

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