Ex-líder da URSS, Gorbachev alerta o mundo para o perigo 'colossal' de armas nucleares

O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev afirmou que o mundo está em perigo "colossal" devido a armas nucleares mantidas por potências globais em meio a tensões contínuas desde o final da Guerra Fria.


Sputnik

O último chefe da União Soviética ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1990 por negociar com Ronald Reagan um tratado histórico de redução de armas nucleares do qual o atual presidente dos EUA, Donald Trump, se retirou neste ano.


Ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev
Mikhail Gorbachev © AP Photo / dpa, Jens Kalaene

A decisão de Gorbachev de não enviar o Exército soviético para a Alemanha Oriental quando o Muro de Berlim caiu 30 anos atrás foi vista como crucial para preservar a paz durante a Guerra Fria. Mas ele continua sendo uma figura de ódio para muitos russos por permitir o colapso do império soviético.

Aos 88 anos, ele disse à rede britânica BBC em Moscou que o mundo não está seguro, apesar dos esforços anteriores de limitação de armas.

"Embora existam armas de destruição em massa, e especialmente nucleares, é [um] perigo colossal", declarou em entrevista que foi ao ar nesta segunda-feira. "Todas as pessoas precisam declarar claramente - todas as pessoas - que as armas nucleares devem ser destruídas. Dessa forma, estaremos salvando a nós mesmos e ao planeta".

Gorbachev comentou que a rivalidade do século 20 entre Moscou e Washington foi substituída por novos desafios que colocam o mundo em estado de guerra permanente.

"É tranquilo, mas é uma guerra", pontuou, rindo. "A atmosfera está toda errada".

Gorbachev se tornou um crítico do presidente russo Vladimir Putin e de sua abordagem de braço forte à política doméstica e aos assuntos internacionais. Putin aumentou enormemente os gastos militares e está focado no desenvolvimento de novas armas nucleares.

Mas Gorbachev se recusou a se envolver nas próprias batalhas da Grã-Bretanha sobre o Brexit e sua incapacidade de decidir como - ou mesmo se - deixará a União Europeia (UE) depois de quase 50 anos.

"Vá em frente, seu inglês inteligente. Não vou lhe dar conselhos. Você decide", finalizou.

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