A capacidade de Defesa Biológica do Exército Brasileiro

Ao longo da história, a comunidade internacional vem assistindo ao surgimento ou agravamento de doenças e epidemias em diversas partes do mundo, algumas relacionadas com atividades humanas de risco e manuseio de elementos perigosos ou à falta de cuidado com o manejo ambiental. Outro dado relevante, foram os casos relacionados com o bioterrorismo ocorridos, em especial, após o ano de 2001.


Por Cel Alexandre Marcos Carvalho de Vasconcelos

Diante deste cenário, o Exército Brasileiro (EB) vem, sistematicamente, conduzindo ações para dotar sua estrutura com pessoal capacitado, equipamentos especializados e instalações para possibilitar ações preventivas ou corretivas no caso de incidentes desencadeados por agentes biológicos.


O Brasil foi sede de eventos de vulto de cunho internacional, tais como: a Copa das Confederações e do Mundo (2013 e 2014), a Jornada Mundial da Juventude 2013 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos RIO-2016. Esses eventos, que ocorreram em um curto espaço de tempo e reuniram milhares de pessoas de todas as partes do mundo, levaram à preparação das forças de defesa e segurança para a prevenção contra possíveis ataques envolvendo agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares (QBRN). Nesse item, ocorreram diversas atividades para o aperfeiçoamento da estrutura de defesa biológica da Força.

Atualmente, o Exército conta com laboratórios fixos e móveis que possuem a capacidade de identificar agentes biológicos ou cooperar com agências nacionais e internacionais, assim como frações dotadas de equipamentos para identificar e descontaminar materiais viabilizando a proteção perante uma possível ameaça. Essa estrutura encontra-se: no Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (IDQBRN), no Instituto de Biologia do Exército (IBEx), no 1° Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1° Btl DQBRN) e na Companhia de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (Cia DQBRN).

Como exemplo da capacidade atualmente existente, podemos citar o laboratório de contenção com nível de Biossegurança 3 (NB3) e os dois laboratórios NB2 destinados à pesquisa científica e às análises relacionadas à defesa biológica do Instituto de Biologia do Exército (IBEx). Desta forma, essa Unidade integrante do Sistema de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército (SisDQBRNEx) tem condições de realizar e prestar o assessoramento técnico-científico por meio da identificação ou confirmação da presença, ou não, de agentes biológicos em amostras coletadas e recebidas.

Cabe destacar que, nos anos de 2014 e 2015, o 1° Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear realizou a verificação e descontaminação de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportaram pacientes com suspeita de contaminação pelo vírus Ebola. Após o acionamento do Batalhão pelo Comando de Operações Terrestres, uma fração da Organização Militar realizou atividades de defesa biológica nas partes interna e externa das aeronaves, bem como da área de estacionamento. Todas as ações foram conduzidas utilizando equipamentos de última geração que possibilitaram a total esterilização, inclusive dos itens eletrônicos sensíveis, garantindo a segurança da tripulação e das equipes envolvidas no transporte.

Do anteriormente exposto, conclui-se que a DQBRN do EB atua em diversas áreas operacionais e científicas, com o objetivo de prevenir ou minimizar consequências de sinistros envolvendo agentes biológicos e, desta forma, contribuir para o esforço nacional nas atividades de defesa externa e da sociedade.

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx

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