França pede à OTAN que responda às ações da Turquia

Paris acusou nesta quarta-feira (17/06) a marinha turca de ter se comportado agressivamente em relação a um navio francês em uma missão da OTAN na Líbia e pediu à Organização que respondesse.

Ouest France

Um navio francês que participa de uma missão da OTAN no Mediterrâneo foi recentemente alvo de uma manobra extremamente agressiva por fragatas turcas, de acordo com o Ministério dos Exércitos francês, que planeja denunciar esse comportamento muito sério em uma reunião da Aliança na quarta-feira.

FS Courbet F-712 Frigate French Navy Marine Nationale
FS Coubert F-712
Enquanto a fragata francesa tentava identificar um cargueiro suspeito de transportar armas para a Líbia, as fragatas turcas intervieram e iluminaram o Courbet três vezes com seu radar de disparo, o que foi um ato extremamente agressivo, descreveu o Ministério dos Exércitos pouco antes de uma videoconferência dos ministros da defesa da aliança atlântica.

Esse caso é, em nossa opinião, muito sério [...]. Não podemos aceitar que um aliado se comporte assim, faça isso contra um navio da OTAN sob o comando da OTAN liderando uma missão da OTAN, argumentou Paris, advertindo que a Ministra dos Exércitos Florence Parly ia colocar os pontos nos is nesta reunião sobre a atitude turca no conflito líbio.

O tom continua subindo

Essas norias de barcos entre a Turquia e Misrata, às vezes acompanhadas por fragatas turcas, não contribuem para a desescalada, enfatizou o ministério, também denunciando o fato de que os navios turcos usam códigos da OTAN para se identificarem durante suas missões de escolta.

O tom tem aumentado entre Paris e Ancara nos últimos dias. Na segunda-feira, o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, condenou o crescente apoio militar da Turquia à GNA em violação direta do embargo da ONU. No dia anterior, a Presidência francesa já havia denunciado o intervencionismo inaceitável de Ancara.

A Turquia rejeitou essas críticas ao seu apoio armado ao governo de Trípoli na Líbia, acusando Paris de obstruir a paz apoiando o lado oposto.

Caos na Líbia

Na Líbia, Ancara apoia militarmente o Governo de Unidade Líbia (GNA) reconhecido pelas Nações Unidas (GNA) de Fayez al-Sarraj contra as forças dissidentes do Marechal Khalifa Haftar, o homem forte oriental apoiado pela Rússia, Egito e Emirados Árabes Unidos.

A França, enquanto se defende publicamente, também é acusada de apoiar Haftar, que recentemente sofreu pesadas derrotas no terreno.

A Líbia está em caos desde a queda do regime de Gaddafi em 2011. Desde abril de 2019, o conflito matou centenas de pessoas, muitas delas civis, e levou mais de 200.000 pessoas a fugir de suas casas.

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