Reino Unido espera que EUA pague parte dos custos de nova ogiva para mísseis Trident

O Pentágono divulgou planos do Reino Unido de comprar uma nova geração de ogivas nucleares W93 para seu sistema submarino de mísseis Trident, com a atualização custando mais de US$ 15 bilhões (R$ 73 milhões).

Sputnik


O Reino Unido espera uma ajuda financeira dos EUA para os planos de atualizar as ogivas de seus mísseis Trident, segundo o The Guardian, citando uma carta que teria sido enviada pelo secretário de Estado de Defesa britânico, Ben Wallace, aos legisladores norte-americanos em abril.

Submarino HMS Trenchant da Marinha Real britânica
Submarino HMS Trenchant da Marinha Real britânica © CC0

"Estes são tempos desafiadores, mas é de fundamental importância demonstrar união e solidariedade transatlântica neste período difícil", afirmou Wallace na carta enviada aos membros dos Comitês de Serviços Armados da Câmara dos Representantes e do Senado dos EUA.

"O financiamento do Congresso em [2021] para o programa W93 garantirá a continuidade do aprofundamento da relação nuclear única entre os nossos dois países, permitindo que o Reino Unido proporcione uma dissuasão contínua e segura no mar nas próximas décadas", afirmou o secretário.

Wallace enfatizou que o apoio dos EUA ao programa W93 no orçamento atual seria "crítico" para permitir ao Reino Unido atualizar suas ogivas Trident, garantindo "a viabilidade a longo prazo da dissuasão nuclear do Reino Unido e, portanto, o futuro da OTAN como aliança nuclear".

O sistema britânico de mísseis Trident, baseado em quatro submarinos nucleares com oito mísseis cada e operando a partir da base naval de Clyde, na Escócia, foi adquirido em 1980.

Em fevereiro, o Pentágono vazou acidentalmente detalhes de um plano britânico de comprar uma nova geração de ogivas para o sistema.

As autoridades norte-americanas ficaram surpreendidas com a fala contundente de Wallace no debate sobre gastos, tendo um assessor do comitê dito ao The Guardian que "nunca tivemos uma carta desse tipo antes".

Os EUA estão em meio a um programa de 30 anos avaliado US$ 1,5 trilhão (R$ 7,8 trilhões) de atualização de seu arsenal nuclear. O programa começou em 2010 e o governo Trump adicionou diversos outros gastos para a criação de novas armas táticas e de lançamento marítimo.

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