Embaixador vê 'agressão' à Palestina em acordo de Israel e Emirados

Na última semana, o CNN Mundo entrevistou o cônsul de Israel em São Paulo, Alon Lavi, para comentar o recente acordo do país com os Emirados Árabes Unidos, normalizando relações diplomáticas. Nesta edição, Lourival Sant'Anna conversa com o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, que vê no tratado uma "agressão aos direitos" de seu povo. 

Da CNN, em São Paulo

A normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos pode diminuir a pressão sobre os líderes israelenses para negociar sua retirada do território disputado com a Palestina. Essa tendência aumentará ainda mais caso a posição de Abu Dhabi seja seguida por outros países árabes.

Nos negamos a desaparecer. Não vamos abandonar a nossa terra”, diz  embaixador palestino - Sul 21
Ibrahim Alzeben | Foto: Guilherme Santos/Sul21

"Nenhuma pessoa com mente saudável pode estar contra a normalização [de relações diplomáticas]. Não se pode negar a paz, mas que paz? Normalização a troca de quê? Israel está ocupando o território palestino e isso viola o direito internacional", diz o embaixador.

Alzeben considera que o acordo entre Israel e Abu Dhabi foi "imposto pelos Estados Unidos" e que a normalização das relações israelenses com o mundo árabe deve ter como condição a permissão para a criação do estado palestino em área hoje ocupada.

No acordo com os Emirados Árabes Unidos não há essa determinação, embora haja a condição de que Israel suspenda planos de anexar novos territórios na Cisjordânia.

"Normalização é uma consequência. Não pode ser um ato isolado", diz.

"Além de prejudicar o povo palestino, [o acordo] acabou violando uma iniciativa de países árabes já lançada desde 2002. Consideramos isso como uma ofensa e uma agressão aos nossos direitos. Isso foi a custas dos nossos direitos", expõe Alzeben.

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