Lavrov e Cavusoglu criticam envolvimento estrangeiro em Nagorno-Karabakh

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, se reuniram nesta quinta feira (1º) para discutir a situação em Nagorno-Karabakh.

Sputnik


Após o encontro, Lavrov afirmou que militares estrangeiros não deveriam se envolver neste conflito.

© REUTERS / Ministério da Defesa da Armênia

"Os ministros expressaram sérias preocupações com o contínuo confronto armado e afirmaram ser favoráveis a um cessar-fogo imediato. Eles também enfatizaram que militares de outras regiões não devem estar envolvidos neste conflito", segundo afirmou a chancelaria russa em comunicado à imprensa.

Sergei Lavrov e Mevlut Cavusoglu também reiteraram o compromisso da Rússia e da Turquia com o objetivo de garantir a estabilização da situação na região de Karabakh.

O chanceler Sergei Lavrov já havia tentado mediar o conflito na quarta-feira (30). Ele realizou conversas telefônicas, em separado, com membros do governo do Azerbaijão e da Armênia, segundo informou a chancelaria russa. Na ocasião, Lavrov destacou que a Rússia seguirá, de forma individual e no âmbito da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), disponível para mediar o conflito e contribuir para uma solução diplomática e política do conflito em Nagorno-Krabakh.

"Foi confirmada a disponibilidade de Moscou como plataforma para organização de contatos, bem como para a realização de mais um encontro entro os chefes das diplomacias do Azerbaijão, da Armênia e da Rússia", acrescentou o comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo.

Entenda o confronto

O conflito na região chegou ao seu quarto dia após a Armênia ter declarado no domingo (27) lei marcial e mobilização militar total em meio a uma troca de acusações com o Azerbaijão sobre bombardeios.

As forças azeris lançaram o que chamaram de contra-ataque, afirmando que as forças armênias as atacaram primeiro. Estas acusações foram negadas por Erevan, relembrando que Baku tinha disparado contra cidades e forças armênias.

No dia 29, o premiê armênio Nikol Pashinyan apelou para que não houvesse interferência de outros países no conflito para evitar que as tensões se espalhem. Apesar disso, a Turquia tem dado declarações de apoio ao lado azeri. Rússia e OTAN apelaram para o cessar das tensões.

Ainda no mesmo dia, as Forças Armadas do Azerbaijão continuaram uma ofensiva para libertação da cidade de Fizuli; foram relatados a destruição de quatro tanques armênios, segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa do Azerbaijão.

Nesta quinta-feira (1º), o Ministério da Defesa da Armênia reportou que as Forças Armadas da não reconhecida república de Nagorno-Karabakh abateram três aviões e dois helicópteros azeris na região do conflito.

Diante da ofensiva, Putin, Trump e Macron condenaram veementemente a escalada do conflito em Nagorno-Karabakh. Eles também apelaram para um cessar-fogo imediato e a retomada das negociações, segundo informações do Kremlim.

A região de Nagorno-Karabakh, também conhecida como República de Artsakh, é uma região autônoma de maioria armênia que declarou independência da então República Socialista Soviética do Azerbaijão, em 1991.

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