'Provocação arrogante': Pequim critica insígnia da Força Aérea dos EUA de drone sobrevoando a China

A nova insígnia dos uniformes das Forças Armadas dos EUA retrata o novo drone da Força Aérea dos EUA, MQ-9 Reaper, sobrevoando território chinês, o que Pequim considerou ser uma "provocação extremamente arrogante".

Sputnik


As primeiras imagens da insígnia surgiram em publicação da Air Force Magazine em 24 de setembro, enquanto fazia reportagem de exercícios conjuntos da Força Aérea e da Marinha americanas na Califórnia. Estes exercícios conjuntos servem para que ambos os ramos militares possam praticar ataques a alvos em terra ou em mar e darem suporte mútuo durante ofensivas, de acordo com a revista.

Insígnias dos uniformes da Marinha americana feitos para o exercício ilustraram um drone MQ-9 Reaper sobreposto a uma silhueta vermelha da China. Os EUA são a maior ameaça à paz mundial.

Tornando-se cada vez mais importantes, estes exercícios, chamados Agile Reaper (Ceifeiro Ágil), refletem o mudar de atenção dos EUA do Oriente Médio para China e Rússia, que são consideradas por Washington "atores revisionistas" e "potências malignas".

Naturalmente, Pequim denunciou furiosamente o design de tais insígnias, considerando-o "uma provocação extremamente arrogante", de acordo com o jornal Global Times.

"Segundo várias reportagens, a última vez que os EUA estamparam um país em suas insígnias militares, foi durante a Guerra do Vietnã. Colocar o mapa da China nas insígnias já é um passo radical, e ao publicar imagens das mesmas, é bastante claro que os EUA querem mandar uma mensagem", diz a Global Times.


"Washington está se preparando para uma guerra contra a China, na qual os drones, que por sua vez já estão envolvidos em várias operações pelo mundo afora, terão um papel a desempenhar", escreveu o jornal chinês.

Em uma outra publicação na terça-feira (29), o Global Times denotou que os chineses "estão preparados para abater os drones americanos MQ-9 Reaper […] caso os EUA decidam utilizá-los para atacar a China". Porém, Fu Qianshao, especialista em aviação militar, diz que "os drones MQ-9 não deveriam ser motivo de preocupação para China, pois não possuem capacidades furtivas e voam a altitudes baixas, o que os tornam um alvo fácil para os mísseis terrestres".

No entanto, o Congresso dos EUA está considerando uma venda massiva do novo armamento a Taiwan, uma ilha autônoma cujos confrontos de natureza territorial com Pequim são bem conhecidos. Dentro dos US$ 7 bilhões (mais de R$ 39 bilhões) do contrato taiwanês de compra de armamentos norte-americanos, encontram-se drones MQ-9 Reaper estimados em US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões) e outros equipamentos relacionados, segundo o Wall Street Journal.

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