FAB recebe primeiro Super Puma Blindado

Foi entregue na terça-feira, 14 de novembro, à Força Aérea brasileira o primeiro H-34 Super Puma dotado de blindagem para a tripulação. O equipamento, polietileno de ultra-alta densidade molecular, envolto por uma camada de alumínio para proteção contra a ação do tempo, foi doado pela Helipark, um centro de manutenção e operação de helicópteros localizado no Município de Carapicuíba, na região da Grande São Paulo.

O Helipark ganhara notoriedade especial a partir do projeto de restauração da aeronave histórica Jahú, utilizada por João de Barros para a primeira travessia do Atlântico, em abril de 1927, meses antes do norte-americano Charles Lindbergh. Aliás, a técnica de trabalho artesanal desenvolvida e absorvida com esse programa foi fundamental para criação de moldes que seguem a curvatura da fuselagem para montagem das placas de blindagem.

O projeto, desenvolvido em parceria pela Helipark e pelo Centro Técnico Aerospacial tem por objetivo garantir uma maior operacionalidade do esquadrão 3º/8º, o único a utilizar o H-34 para missões de Busca e Salvamento de Combate - C-SAR (o GTE tem uma dotação de 2 H-34 para a função de transporte de autoridades).

Com tecnologia e matéria-prima nacionais, as mais de 15 placas que compõem o conjunto de blindagem, oferecem uma resistência balística a impactos de projéteis de 7,62mm x 51mm do padrão OTAN a partir de uma distância de 15 metros em uma incidência de até zero grau.

Para o desenvolvimento do programa foi realizada uma análise de vulnerabilidade que levou em consideração os tipos de ameaças, o perfil de navegação, ângulos de impacto e a velocidade dos projéteis. A partir destes dados foi estabelecida a meta para a resistência balística e os limites de peso para o conjunto, além da área a receber a proteção.

Com uma espessura de 20mm e uma massa de 22kg por metro quadrado, os painéis foram desenvolvidos artesanalmente e protegem os assentos e portas da aeronave, garantindo a integridade da tripulação de vôo, e as paredes e o piso da seção dianteira da fuselagem, onde ficam os artilheiros e as vítimas resgatadas nas missões C-SAR. Por questões de custo e limitações na carga paga da aeronave, a blindagem não cobre todo o piso da fuselagem, não se destinando, portanto, ao transporte de assalto, por exemplo.

Uma grande vantagem do projeto, além do fato de ser inteiramente nacional, o que atende à Política de Defesa Nacional, diminuindo a dependência de fornecedores estrangeiros e aumentando a operacionalidade dos meios, é a facilidade com que pode ser instalado e retirado das aeronaves, possibilitando que o esquadrão possa sempre ter aeronaves voando com o equipamento, ainda que a quantidade dos conjuntos seja inferior à quantidade de helicópteros na unidade.

De acordo com o Ten. Cel. Diniz, responsável pelo projeto no CTA, o acréscimo de peso, da ordem de 138kg, é irrisório se comparado às cifras do H-34, com peso máximo de decolagem, por exemplo, na faixa das 8,7 toneladas. Também não houve prejuízo para as características de vôo da aeronave, uma vez que o deslocamento do CG, além de pequeno, deu-se para a parte dianteira do helicóptero, compensando uma característica de CG recuado dos Super Pumas.

Presentes ao evento de entrega do H-34 8731 estavam oficiais de unidades do Exército brasileiro e da Marinha do Brasil que também operam versões do Super Puma. Os helicópteros Cougar do Exército, apesar de possuírem blindagem nos assentos, não oferecem proteção tão extensiva como a deste projeto, ao passo que os Super Pumas da Marinha não são dotados de blindagem, o que explica o interesse de ambas unidades em acompanhar a implementação do equipamento na FAB.

Fonte: ALIDE

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