Royal Navy Será Reduzida à Metade

Thomas Harding,
Correspondente Defesa - Daily Telegraph

Os comandantes da Royal Navy estavam agitados ontem, após a revelação de que a metade da frota de 44 belonaves está para ser retirada do serviço, como parte de ação de redução de custos do Ministério de Defesa (Ministry of Defence - MoD). Oficiais superiores afirmaram que os planos tornarão o que antes era a orgulhosa Royal Navy, em nada menos que um Serviço de Guarda Costas.

O governo admitiu que 13 navios, não identificados, estão em uma prontidão reduzida, o que os coloca cerca de 18 meses fora do serviço ativo. Hoje podemos nomear outros seis destroyers e fragatas que estão para serem cortadas. A necessidade de cortes no orçamento de defesa, de £250 milhões esse ano, forçou os ministros a tomarem medidas drásticas. Fontes do MoD informam que a Royal Navy descontinuará algumas de suas ações ao redor do mundo, ao mesmo tempo que Sir Jonathon Band, o Primeiro Lord do Almirantado, tem afirmado que mais navios são necessários para proteger as linhas marítimas contra o terrorismo e a pirataria.

Notícias de cortes no que já foi a mais formidável marinha do mundo seguem uma série de críticas que cada vez mais estão tornando conhecidas.

Mais detalhes estão surgindo como o dos quase imundos alojamentos, que os soldados são obrigados a tolerar, quando retornam, após um período de seis meses, de perigosas operações no exterior.
Perguntas também sobre o baixo soldo e as falhas de equipamentos que continuam afetando as operações no Iraque e Afeganistão.

Os seis navios a serem postos na reserva são as fragatas Type 22 Batch 3: Cumberland, Chatham, Cornwall e Campbeltown, e dois destroyers Type 42 Batch 3: Southampton e Exeter.

É possível que sejam vendidos ou sucateados. Também há o receio por parte do Almirantando, de que os dois novos porta-aviões prometidos, em 1998, nunca sejam construídos.

Entretanto, a Marine Nationale da França, que será muito superior à Royal Navy, após os cortes, anunciará antes das eleições presidenciais de que um novo porta-aviões será construído.

Dois dos oito destroyers Type 45, de defesa aérea, encomendados pela Royal Navy não serão adquiridos, afirmam fontes do MoD. A compra está seis meses atrasada e o projeto £157 milhões acima do orçamento.

Fonte militar, atualmente servindo com a esquadra, em Portsmouth, afirmou: "Isso significa que nós não seremos melhores que uma força de defesa costeira. Os holandeses têm hoje uma marinha melhor que a nossa."

Fontes militares afirmam, que seria impossível à Royal Navy montar uma esquadra do tipo que retomou as Ilhas Falkland, em 1982.

Steve Bush, editor da revista mensal "Warship World", afirmou que o MoD estava insolvente após os anos de Guerra no Iraque e Afeganistão.
"Após 10 anos de Governo Trabalhista (Labour),a Royal Navy está de joelhos e sem recursos. Eu não vejo como seja possível ela recuperar-se -especialmente se Mr Brown for o próximo Primeiro Ministro, ele afirmou.

Há sempre informes que os navios partem em missões ignorando faltas ou sistemas de armas inoperantes, para economizar recursos, o que não seria o caso se fosse saúde ou segurança.

É esperado que a Royal Navy perca um dos seus três porta-aviões, o HMS Invincible, que tem base em Portsmouth. Uma das três bases navais também pode ser fechada. Acredita-se que o porto de Portsmouth, histórico centro de comando da marinha, é o maior candidato.

Adam Ingram, Ministro da Defesa, admitiu em uma sessão parlamentar no mês passado, que 13 navios estavam em missão no mar e 18 nos portos com possibilidade de zarpar em 48 horas. A decisão de anexar outras seis fragatas significará uma esquadra de somente 25 navios. Isso significaria abandonar ações contra o tráfico de drogas e apoio às áreas atingidas por furações no Caribe.

Para proteger o Reino Unido de um ataque hoje, a Royal Navy teria disponível as fragatas Monmouth e Montrose, junto com o porta-aviões Ark Royal, que deverá voltar ao serviço após uma longa modernização.
O MoD afirmou ontem(quinta-feira) que não tinha planos de reduzir a força de destroyer e de fragatas, mas "revisava constantemente" as capacidades de defesa "para assegurar os recursos sejam direcionados às ações onde as Forças de Defesa mais necessitem".

Um porta-voz afirmou: "Nós estamos distantes de uma decisão e somente porque uma proposta seja mencionanda não significa que ela seja implementada"

A decisão final deverá ser tomada em Fevereiro.

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