Em aula no ITA, Jobim prega Defesa forte para Brasil ter voz no mundo



São José dos Campos (SP) - Ao proferir aula inaugural do ano letivo de 2008 no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o ministro da Defesa, Nelson Jobim, exaltou nesta segunda-feira (25/2) o papel que a instituição terá para o desenvolvimento de tecnologias na área de Defesa e ressaltou que somente com uma defesa forte o país terá voz na comunidade internacional. “O que nós queremos é exatamente termos voz e vez no concerto internacional, e isto só decorre de países que tenham uma estrutura de defesa com capacidade dissuasória e de expressão do Poder Nacional”, explicou Jobim.

De acordo com o ministro, a garantia da dissuasão, que é a capacidade de desestimular agressões com a simples demonstração de capacidade de retaliação, só é possível com a capacitação tecnológica nacional que coloque as forças armadas brasileiras na vanguarda tecnológica. “Depender exclusivamente de últimas gerações de equipamentos militares do exterior, significa não ser dissuasório, por que basta cortar esse fornecimento”, alertou.

É por isso, segundo Jobim, que o governo está elaborando o Plano Estratégico Nacional de Defesa, que prevê uma aliança com o setor privado para modernizar as forças armadas.
Uma das principais premissas do Plano, é a transferência de tecnologias dos equipamentos adquiridos pelo País.“O Brasil não é comprador, e não vê os outros como vendedores, vê como parceiros, porque é fundamental para nossa política a substituição das importações. Se não quer ser parceiro, quer ser vendedor, passe bem e muito obrigado”, afirmou aos alunos do Ita e às autoridades e empresários presentes.

Esse processo de aperfeiçoamento, segundo Jobim, exige um grande acordo nacional que classifique a Defesa como tema da Nação, e não de um governo ou de um partido. “Se o Brasil quer efetivamente portar-se como nação que tenha voz no mundo , precisa pensar grande. Por que quem pensa pequeno, fica pequeno.Temos que ousar”, disse Jobim. Ele lembrou que o escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues dizia que o brasileiro tem complexo de vira-lata, e ressaltou a necessidade de se afastar essa imagem do País. “Vamos sentar com o nariz erguido nos entendimentos internacionais. Vamos conversar com as potencias maiores olho no olho. Por que senão, o continente sul-americano vai continuar sendo, nada mais, nada menos, que um mero espaço de disputa das grandes potências.

Jobim cobrou audácia de todos na execução dessa tarefa, e disse que o medo de errar não pode trazer a paralisia. “Sem audácia nada acontece. Quem não faz, não erra, só erra quem faz. E tem muitos de nós que não gosta de fazer para não errar. Vamos arriscar,vamos tocar, vamos em frente”, concluiu.

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