China quer construir porta-aviões



A China, que está enviando navios de guerra a águas somalianas para combater os piratas, afirmou ontem estar considerando construir um porta-aviões para proteger seus interesses - um projeto que preocupa seus vizinhos. O aumento de gastos militares na China já gerou inquietação nos Estados Unidos e em outras regiões, especialmente no Japão e na ilha autônoma de Taiwan. A China chama o vizinho de "província rebelde" e já ameaçou trazer as forças militares da capital para seu domínio, inclusive à força, se for preciso.

- A China dispõe de um território extenso. É a responsabilidade sagrada de nossas forças armadas proteger nosso território no mar e manter nossa soberania, direitos e interesses marítimos.

Portanto, o país, levando em conta todos os fatores relevantes, pesquisará e considerará com determinação a construção de porta-aviões - justificou o porta-voz sênior do ministério chinês da Defesa Nacional, o coronel Huang Xueping.

Evitando cutucar, em vão, a onça com vara curta, a primeira reação de Taiwan foi bastante cautelosa.

- Precisaremos fazer uma pesquisa antes de julgar se o porta-aviões será direcionado a Taiwan - circundou o porta-voz Chih Yu-lan do Ministério taiwanês de Defesa Nacional.

Pleito

Autoridades militares da China vem pleiteando o governo central há anos para que construa um porta-aviões, que permitiria a forças navais projetar seu poderio aéreo além da costa, mas eles raramente fazem declarações públicas sobre suas intenções.

- Porta-aviões são um símbolo do poderio geral de uma nação, bem como da competitividade da força naval de um país - destacou Xueping.

Jornais de Hong Kong já confirmaram que até 2010, a China é capaz de construir seu primeiro porta-aviões.

O comentário veio no momento em que as relações militares entre Washington e Pequim estão extenuadas, e a China se prepara para enviar dois destroyers da marinha e um navio de carga para o Golfo do Aden na sexta-feira, para se juntarem aos esforços internacionais no combate a pirataria crescente próxima da costa somaliana.

Autoridades de Defesa americanas elogiaram, na semana passada, a missão da China na Somália e disseram esperar que a atitude funcione como um trampolim para re-iniciar contatos com Pequim, que a China suspendeu em outubro em protesto contra a venda equivalente a US$ 6,5 bilhões de armas americanas para Taiwan.

Porém, Xueping afirmou que os militares americanos precisariam fazer maiores esforços para melhorar as relações bilaterais.

- No momento, a relação militar entre China e Estados Unidos enfrenta algumas dificuldades, mas a responsabilidade não paira sobre o lado chinês - disse Xueping - Esperamos que o lado americano levará nossas principais preocupações a sério (...) e tomará ações concretas para criar condições para recobrarmos nossa relação militar.

Os Estados Unidos trocaram seu reconhecimento diplomático de Taiwan para a China em 1979, mas permanecem os maiores aliados da ilha e fornecedores de armas, estando obrigados pelo Ato de Relações de Taiwan a ajudá-lo a se defender.

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