Palestinos querem resolução da ONU exigindo trégua em Gaza


Por Louis Charbonneau

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O chanceler palestino, Riyad Al Malki, disse no domingo que os países árabes estão redigindo uma resolução do Conselho de Segurança para exigir o fim imediato da "agressão israelense" na Faixa de Gaza.

Ele disse que os ministros árabes estão reunidos na segunda-feira para discutir o texto, enquanto forças israelenses continuam bombardeando Gaza, sob a justificativa de impedir disparos de foguetes contra seu território.

Malki disse a jornalistas que o presidente da Liga Árabe, Amr Moussa, e os ministros de Egito, Jordânia, Líbano, Líbia, Arábia Saudita e outros países árabes discutiriam a crise com representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, França, Grã- Bretanha, China e Rússia), mais o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon.

"Aí vamos continuar nossas deliberações a fim de preparar um esboço de resolução que, tomara, será (...) aprovado amanhã no Conselho de Segurança", disse Malki.

Ele acrescentou que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, será o primeiro a discursar na reunião de terça-feira do Conselho. Chanceleres de alguns dos 15 países integrantes também devem participar, segundo diplomatas.

Os árabes querem uma resolução, segundo Malki, "que permita antes de tudo o fim da agressão israelense contra o povo palestino em Gaza e (faça um) apelo por um cessar-fogo imediato e permanente, suspendendo o cerco, abrindo as passagens entre Gaza e Israel e também entre Gaza e o Egito".

O texto em preparação deve também propor o envio de observadores internacionais para as fronteiras de Gaza e de uma "força internacional" para proteger os cerca de 1,5 milhão de palestinos da região, dos quais a maioria depende da ajuda humanitária.

Israel já rejeitou anteriormente o envio de observadores a Gaza.

Uma porta-voz da ONU disse que Ban informou na segunda-feira a funcionários que a situação em Gaza "piorou dramaticamente" nas últimas 48 horas. Ele também pressionou Israel a permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestino.

Em dezembro, o Conselho aprovou uma declaração (sem cumprimento obrigatório) pedindo o fim da violência. Diplomatas acham difícil a aprovação de uma resolução, cujo cumprimento é compulsório.

No sábado, os EUA bloquearam uma tentativa da Líbia -- único representante árabe no Conselho -- de aprovar um novo apelo pelo cessar- fogo. Os norte-americanos alegaram que não faria sentido aprovar uma declaração que seria ignorada pelos militantes palestinos.

Washington insiste que eventuais declarações e resoluções afirmem que o Hamas é uma organização terrorista que usurpou o poder em Gaza, quando expulsou as forças da Autoridade Palestina, que hoje só administra a Cisjordânia.

Na semana passada, países árabes apresentaram uma proposta de resolução exigindo o cessar-fogo. Potências ocidentais rejeitaram o texto, qualificando-o de parcial, e desde então a resolução não avançou mais.

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