Tensão entre Coreias



Rodrigo Craveiro

O sul-coreano Keun Oh Park, de 44 anos, mora em Busan — a 420km a sudeste de Seul e uma das mais importantes bases navais dos Estados Unidos. Apesar de trabalhar a poucos metros do porto da cidade, ele contou ao Correio que só soube da chegada dos destróieres USS John McCain e USS Chafee pelos jornais. A poucos dias do suposto lançamento de satélites anunciado pela Coreia do Norte, a escalada da tensão política e militar na Península Coreana não preocupa tanto o reparador de navios.

“Uma guerra seria um cenário muito improvável, mas destruiria vidas e culturas. Não haveria perdedores nem ganhadores”, opinou, pela internet. Ele acredita que, no caso de um conflito bélico, Pyongyang não hesitaria em usar uma pequena bomba atômica contra a Coreia do Norte ou o Japão.

Os destróieres norte-americanos deixaram o porto de Sasebo (no sul do Japão) e se encaminharam a Busan. Providas da tecnologia Aegis, as embarcações têm o diferencial de rastrear e destruir mísseis inimigos. “Eu diria que eles estão prontos para quaisquer contingências”, afirmou à agência de notícias France-Presse Charles Howard, relações-públicas da Marinha. Um terceiro navio de guerra, o USS Curtis Wilbur, permanece ancorado em águas japonesas. Segundo o porta-voz, o também destróier USS Stethem estava pronto para deixar o porto de Aomori (norte do Japão). Nos próximos dias, existe a expectativa de que a Coreia do Sul também mande seu primeiro destróier Aegis — o King Sejong the Great — se juntar à frota norte-americana.

Pyongyang anunciou que pretende enviar um satélite de comunicações ao espaço entre 4 e 8 de abril. No entanto, os Estados Unidos e aliados asiáticos suspeitam que o lançamento envolva um míssil balístico de longo alcance, capaz de atingir o estado norte-americano do Alasca. Os serviços de inteligência dos EUA revelaram que a Coreia do Norte moveram um míssil Taepodong-2 para a plataforma Musudan-ri, na costa nordeste do país. Em Busan, o comerciante Jeongkee Park, de 48 anos, teme a deterioração das relações entre vizinhos. “Até o último governo, sul-coreanos e norte-coreanos haviam feito avanços, como a permissão para o meu povo visitar o Monte KeumKang e a construção da zona livre de comércio em Keseung. Se houver guerra, os dois países serão destruídos”, disse.

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