Presos fuzileiro e PM acusados de chefiar grupo

Bando atua em duas favelas no Recreio dos Bandeirantes

Paulo Carvalho

Uma operação desencadeada ontem por agentes da 16ª DP (Barra) desbaratou um grupo que comandava uma milícia nas favelas Beira Rio e Nova Rio, no Recreio dos Bandeirantes.

Os chefes do bando, o soldado da PM Sérgio Vinicius Ferreira Trinta, de 43 anos, lotado no 1º BPM (Estácio), e o fuzileiro naval Adriano Oliveira de Souza, de 23, lotado num quartel em Caxias, foram presos quando chegavam para trabalhar.

Foram seis meses de investigações. Após a conclusão do inquérito, o delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto conseguiu mandados de prisão para os dois militares. Além deles, estão sendo procurados Jailson Emanoel dos Santos, Marcelo Queiróz da Silva e um mototaxista conhecido como Ricardinho. O grupo é acusado de homicídio e formação de quadrilha.

O bando começou a ser investigado após uma tentativa de homicídio e um assassinato ocorridos respectivamente em outubro de 2008 e em janeiro deste ano.

— Era o fuzileiro quem comandava os assassinatos e as sessões de tortura contra os moradores. Ele era também o responsável pela cobrança de taxas — explicou o delegado.

Milícia cobrava taxa para construção de laje

De acordo com o policial, a milícia cobrava taxas até de moradores que queriam fazer uma laje em suas casas. O grupo também controlava o correio. Se alguém quisesse retirar sua correspondência na associação comunitária, precisava pagar.

Em fevereiro de 2008, policiais da 16ª DP desbarataram um grupo de milicianos que agia naquelas duas favelas. O soldado Sérgio Vinicius já fazia parte do bando. O militar chegou a se afastar das comunidades, mas, há seis meses, retornou para montar uma nova milícia.

Em janeiro deste ano, ao discutir com um dos milicianos, o vendedor de biscoitos Geonício Rodrigues dos Santos, de 26 anos, foi morto. O crime aconteceu dentro de um bar na Beira Rio. Em outubro do ano passado, o fuzileiro naval e um outro homem foram contratados para matar David Dias Passos. Ele havia contraído uma dívida com uma outra pessoa para comprar um automóvel. Davi foi baleado, mas não morreu.

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