Coturnos no Parlamento

Militares esperam que, com o PND, tenham mais força no Congresso

Sionei Ricardo Leão – Jornal de Brasília

Militares da reserva das Forças Armadas querem aumentar a representação política do segmento no Congresso Nacional. Para os líderes do movimento, integrantes da Marinha, Exército e Aeronáutica estão subrepresentados na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Para eles, as esperanças de dias de maior representatividade estão depositadas no Partido Nacionalista Democrático (PND). "Praticamente, falta fechar o número mínimo de assinaturas em Brasília, pois já temos a adesão de vários estados", explica o capitão reformado Ivan Ferreira.

Junto com o coronel Guilherme Fregapani, Ivan Ferreira esforça-se para a última fase, que antecede a concretização do PND – coletar no DF 1.425 adesões. "Falta pouco."

O presidente do PND, almirante Roberto Gama e Silva, argumenta que os membros do futuro partido se consideram vocacionados para colocar o país num rumo natural "apontado pelo Criador, pelo simples fato de sermos honestos, competentes e, sobretudo, patriotas".

O general reformado Dyonelio Francisco Morosini, embora não integre o grupo do PND, concorda que a falta de representantes eleitos entre os militares das Forças Armadas é um problema.

Para ele, um dos efeitos dessa lacuna pode ser verificado na política salarial dos militares. "Se não tivermos quem nos represente, os soldos vão ser sempre baixos".

Dyonelio Morosini lidera um grupo de ex-paraquedistas do Exército que mensalmente se reúne em Brasília, para se confraternizar. "Estamos unidos, embora não tenhamos pauta, pois aqui não discutimos política. No entanto, se for preciso usar essa massa em alguma direção, estamos juntos".

A "guerrilheira do panelaço", Ivone Luzardo, reforça as palavras do general. "Os militares têm muitos pleitos, como a demora nas promoções e a falta de certos direitos que outros servidores federais têm. Tudo isso é decorrência da falta de representação", critica.

Ivone Luzardo ficou conhecida por comandar, em 2005, centenas de esposas de militares, que improvisaram um acampamento na Esplanada, durante 69 dias, para reivindicar reposição salarial aos maridos. Depois desse episódio, ela, que está sem partido, tem se postulado como representante do meio militar. "Fui candidata em 2006 a deputada federal. Na próxima, pretendo começar pela base, ou seja, provavelmente vou concorrer à Câmara Distrital".

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