Marinha russa quer submarinos U-212

Submarinos alemães poderão ser adquiridos, afirma ministro russo




Conforme já tinha sido noticiado anteriormente, a marinha da Rússia considera seriamente a possibilidade de aquisição de sistemas militares navais a outros países.

A possibilidade de a Rússia vir a adquirir navios de projecção estratégica ou de desembarque à França foi já confirmada pelos russos, embora do lado francês a questão tenha sido tratada com muito maior descrição.

Agora volta a ser referido pela imprensa russa o interessa da marinha da Rússia na aquisição de submarinos alemães do tipo U212, tendo como fonte o próprio ministro da defesa do país, Anatoly Serdyukov.

Na origem do problema estará o facto de os submarinos convencionais do tipo «Lada» uma derivação dos submarinos da série «Kilo», terem sido entregues à marinha russa mas ainda não estarem operacionais devido a problemas técnicos.

De facto, tanto o Sainkt Petersburg como o Kronstadt ainda não foram dados como operacionais.

Existem aparentemente problemas com o sistema de propulsão independente do ar. Os russos já chegaram mesmo a considerar a possibilidade de instalar reactores nucleares de fraca potência nos submarinos, apenas para alimentar as baterias dos motores eléctricos.

Ao considerar a possibilidade de adquirir o U212 a Rússia está especialmente interessada no sistema AIP de células de combustível que utiliza hidrogénio, e que está instalado nos submarinos do tipo U212 alemães e italianos e nos U214 da Coreia do Sul e de Portugal.

Curiosamente, o modelo russo é aquele para o qual a marinha do Brasil pediu informações para eventual compra, tendo considerado o sistema russo como o mais silencioso do mundo. Oficialmente, o projecto russo foi colocado fora de cogitação, porque os russos não queriam ceder a tecnologia.

Problemas generalizados na marinha russa

Os problemas nos estaleiros russos têm-se sucedido uns a seguir aos outros. O porta-aviões da marinha da Índia Vikramaditya continua no estaleiro, com russos e indianos em acusações mútuas. Vários sistemas têm mostrado problemas. Recentemente um submarino nuclear que estava a ser preparado para entregar à Índia sofreu um gravíssimo acidente na sequência do qual morreram mais de 20 pessoas. 

O próprio presidente russo mostrou a sua irritação com o problema durante a sua última visita aos estaleiros Sevmash, dizendo que se os estaleiros propuseram fornecer um navio, têm que honrar o contrato.

A situação da marinha russa é algo estranha, mas não é novidade para quem tem acompanhado a situação real da força nos últimos anos. A marinha não é tradicionalmente um ramo das forças armadas muito querido dos russos, que são uma nação continental por tradição. A marinha russa tenta aumentar a sua projecção dentro do próprio país com a divulgação de viagens internacionais dos seus mais poderosos navios, mas os resultados têm sido muito poucos.

A maior parte da esquadra é antiquada e ultrapassada, servindo apenas como plataforma flutuante para os dissuasores nucleares russos.

Os seus navios de maior importância são o porta-aviões Admiral Kuznetsov e o cruzador nuclear Pedro o Grande (classe Kirov).

Mas a operacionalidade do Kuznetsov nunca foi considerada satisfatória pelos russos, que agora pensam na possibilidade de negociar a construção de navios porta-aviões em colaboração com a França.

Quanto ao cruzador nuclear, ainda recentemente foi anunciado que a reparação e modernização do cruzador nuclear Nakhimov (um navio do tipo Kirov idêntico ao Pedro o Grande), para um padrão mais moderno, custaria mais que a construção de um navio novo, o que foi encarado como uma veredicto final sobre o futuro da vetusta classe de gigantescos navios, que são de uma esmagadora imponência, mas que do ponto de vista estratégico, só poderiam servir como navios suicidas numa guerra mundial termonuclear. Além disso, os custos operacionais de manter um só navio Kirov são superiores aos custos de manter de seis a dez fragatas modernas.

Ao mesmo tempo que isto ocorre, a Rússia não tem um único navio especializado em defesa aérea e o único radar equivalente ao Spy-1 norte-americano que foi produzido na Rússia, nunca funcionou em condições.

A estrutura que presentemente existe é antiquada e está pelo menos 30 anos desfasada do resto do mundo. Grande parte de suas instalações mais importantes estava na Ucrânia. Com o fim da URSS, a indústria naval russa ressentiu-se muito. O principal fabricante de turbinas para navios do tipo fragata está na Ucrânia e essa é uma das razões que leva a indústria da Rússia a ficar pela reparação das suas unidades mais antigas e a ter lançado desde que acabou a URSS apenas uma única classe significativa de navios de superfície, as quatro corvetas Steregushy, das quais apenas uma está ainda ao serviço.

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