Análise de caças termina neste mês, diz FAB

Comandante da Aeronáutica confirma que relatório deve passar pelo Conselho de Defesa Nacional; Lula diz que decisão final é dele

Proposta da França agrada ao governo na área política, enquanto suecos oferecem preço menor; americanos estão praticamente fora

GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, disse ontem que a FAB (Força Aérea Brasileira) deve concluir até o fim de outubro a análise técnica das propostas finais de venda de 36 caças ao Brasil. O relatório será submetido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, provavelmente, ao Conselho de Defesa Nacional.

Saito confirmou a disposição do presidente em convocar o conselho para decidir, depois que o relatório passar pelo Planalto e pelo Ministério da Defesa. Lula já afirmou publicamente que a palavra final sobre a escolha dos caças será dele.

Três empresas finalistas entregaram suas propostas definitivas à Força Aérea na sexta-feira, último dia do prazo do programa FX-2, de renovação da frota de caças brasileiros. Disputam a venda a Suécia, os Estados Unidos e a França.

O Rafale, da francesa Dassault, é o preferido da área política, enquanto o Gripen NG, da empresa sueca Saab, é o mais barato e que oferece maior transferência de tecnologia. O F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, é tido, inclusive no mercado, como praticamente fora da disputa.

Na tentativa de convencer o governo brasileiro, o presidente mundial da Saab, Ake Svensson, admitiu na sexta-feira a possibilidade de o governo da Suécia comprar aviões brasileiros Super Tucano e KC-390, caso o país vença a concorrência. Os suecos prometem compensar 175% do valor do contrato em investimentos e transferência integral de tecnologia.

A França conta com a simpatia de Lula, que chegou a sinalizar, ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy, sua preferência pelos franceses.

Só não há sinais aparentes a favor dos F-18, considerados os caças mais sofisticados do mundo.

O governo brasileiro não crê, nos bastidores, nas promessas dos EUA de transferência real de tecnologia.

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