Conselho de Defesa vai analisar compra de caças

Paulo de Tarso Lyra, de Brasília - Valor

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve convocar o Conselho Nacional de Defesa para analisar a compra dos novos caças da Força Aérea Brasileira (FAB). Até o fim deste mês o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, reúne o Alto Comando da força para elaborar um parecer técnico sobre a compra. O estudo será encaminhado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que o submeterá ao presidente. Cabe a Lula definir quando o conselho será convocado para analisar o tema.

Por lei, não existe a obrigatoriedade dessa convocação. Quando o processo de compra dos novos caças foi iniciado, ainda durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, havia a previsão de que o Conselho Nacional de Defesa seria consultado para embasar a decisão. "Não há por que o conselho não ser chamado a opinar. Não estamos falando de uma simples compra. Estamos falando de uma parceria tecnológica", defendeu o deputado federal José Genoíno (PT-SP).
 
Genoíno, que acompanha de perto a disputa entre franceses, americanos e suecos, lembra que Lula convocou o conselho para analisar o Plano Nacional de Defesa, anunciado no fim do ano passado.
 
"Acredito que ele vá agir da mesma forma agora." Neste mês já está prevista uma reunião do Conselho Nacional de Defesa para analisar o Plano Nacional de Inteligência. A reunião foi solicitada pelo chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ministro Jorge Armando Félix, antes das viagens do presidente Lula ao exterior.

Como o brigadeiro Saito só deve ter acesso aos relatórios da FAB no fim de outubro, a compra dos caças deve ser analisada em outro momento. Assim que tiver o parecer técnico dos brigadeiros,

Saito reunirá os sete oficiais do Alto Comando da Aeronáutica para dar o parecer final a ser encaminhado a Jobim.

O processo de compra dos novos caças complicou-se desde que Lula e e o presidente da França, Nicolas Sarkozy , anunciaram, no dia 7 de setembro, que a decisão política favorável à compra dos caças franceses Rafael, fabricados pela Dassault, estava tomada.

Desde então, os suecos da Saab, que querem vender os caças Gripen NG, e os americanos da Boeing , que concorrem com o F-18 Super Hornet, revisaram as propostas na esperança de serem vitoriosos na disputa. Genoíno defende o modelo francês. "Os americanos não aceitam transferência tecnológica e as turbinas dos caças suecos são da General Eletric, uma empresa americana", explica o deputado.

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