Embaixada garante transferência de tecnologia caso Brasil escolha

Alex Rodrigues Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo norte-americano voltou a defender a superioridade dos caças F-18 Super Hornet em relação aos outros dois modelos de aviões de combate que disputam a preferência da Força Aérea Brasileira (FAB), que estuda comprar 36 novas aeronaves em uma negociação que, segundo especialistas, pode variar entre US$ 4,5 bilhões e US$ 7 bilhões o pacote.
 
Em nota divulgada hoje (5), a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil reafirma que o governo norte-americano já aprovou a transferência de tecnologia necessária à construção das aeronaves em território brasileiro, além do repasse de mais de US$ 1 bilhão em tecnologia para a indústria aérea brasileira.

Ainda de acordo com a nota da embaixada, a proposta norte-americana apresentada na semana passada "continua a oferecer os melhores aviões e um pacote superior de benefícios para a indústria brasileira a um baixo custo operacional e total".

A transferência de tecnologia para a fabricação da aeronave, bem como do sistema de armas e da integração entre os dois, é um dos critérios de maior peso na análise técnica das propostas apresentadas pelas empresas na última sexta-feira (2). A avaliação está a cargo de especialistas da FAB.

"A decisão tem como pressuposto a capacitação [da indústria] nacional. Portanto, o peso maior está vinculado às condições de transferência de tecnologia e o tipo de associação desejável pela empresa estrangeira com os parceiros nacionais", afirmou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, no fim de setembro.

O F-18 Super Hornet é fabricado pela empresa Boeing e concorre com os modelos Rafale, da empresa francesa Dassault, e com Gripen NG, da sueca Saab.

Jobim já manifestou sua preferência pelo Rafale, alegando que Brasil e França tem um acordo estratégico militar que envolveu a compra, pelo Brasil, de 50 helicópteros de transporte militar EC 725 Cougar, além da transferência de tecnologia francesa para a construção de quatro submarinos convencionais e do desenvolvimento do casco de um submarino de propulsão nuclear.

A norte-americana Boeing tem contra si a desconfiança de autoridades brasileiras que temem que o governo dos Estados Unidos - que já proibiu a Embraer de vender seus Super Tucanos à Venezuela com o argumento de que há componentes norte-americanos na aeronave - vete a transferência de conhecimento tecnológico para o Brasil.

Já em relação à Saab, o fato de o Gripen NG incluir peças de fabricantes de diferentes países europeus também pode dificultar a negociação da transferência de tecnologia. Cabe à Aeronáutica considerar todos esses aspectos e garantir que o repasse de conhecimento tecnológico abranja todos os componentes do avião que for escolhido.

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