Militares investigam hipótese de ''fogo amigo'' ter feito vítimas

Diante do caos, muitos soldados tentaram ajudar os colegas usando a própria roupa para fazer bandagens

REUTERS E AP

Vestindo uniforme militar, o major Nidal Malik Hasan entrou no centro de atendimento médico da Base de Fort Hood, no Texas, às 13h30 locais carregando duas pistolas, nenhuma pertencia às Forças Armadas. Segundo os militares, uma das armas era uma semiautomática, o que explicaria a dimensão e a rapidez do massacre. Em apenas 10 minutos, Hasan matou 12 soldados, 1 policial e feriu outras 30 pessoas. Cerca de 400 militares estavam no prédio no momento do ataque, a maioria aguardando atendimento médico.

O que se viu a seguir, segundo testemunhas, foi um verdadeiro caos: tiros para todos os lados e soldados se jogando no chão em busca de proteção. Diante da confusão, os investigadores não descartam a possibilidade de que algumas das vítimas tenham morrido por "fogo amigo" em meio à intensa troca de tiros.

O general Bob Cone, um dos comandantes da Base de Fort Hood, afirmou ontem que testemunhas disseram que Hasan, durante a matança, teria gritado "Deus é grande" ("Allahu akbar", em árabe). De acordo com o general Cone, no entanto, os investigadores ainda não confirmaram oficialmente a informação.

Quem interrompeu o massacre foi a policial civil Kimberly Munley, autora dos quatro disparos que derrubaram Hasan. Na troca de tiros com o major, Kimberly também se feriu - segundo o comando militar, a policial está hospitalizada e seu estado é estável.

O general Cone contou que Kimberly e uma parceira policial responderam ao chamado do tiroteio em menos de três minutos. "Foi realmente uma resposta fantástica e bastante agressiva dessa policial", afirmou o general.

Depois que o atirador foi abatido, os próprios sobreviventes lacraram a entrada do prédio e as sirenes, normalmente usadas para alertar sobre tornados, foram ligadas para manter a população da cidade de Fort Hood dentro de suas casas.

Detalhes sobre o que ocorreu nos dez minutos de massacre ainda são um mistério. Os investigadores militares trabalham em sigilo, com a ajuda do FBI (polícia federal). Eles estão analisando as trajetórias dos disparos , as armas e o tipo de munição usada.

O comando militar revelou também que muitos soldados, diante da quantidade de feridos, tentaram ajudar os colegas rasgando as próprias roupas para fazer bandagens. Dos 30 feridos, 28 foram internados e pelo menos a metade teve de passar por cirurgias na noite de quinta-feira. Ontem, todos apresentavam estado de saúde estável.

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