Jobim diz que escolha de caças está atrasada e sairá apenas em 2010

Folha Online

O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse nesta quarta-feira que o governo federal só vai decidir no ano que vem o país vencedor da concorrência para a compra, pelo Brasil, de 36 aviões caça. Jobim disse que não haverá tempo hábil para a análise das propostas da França, Suécia e Estados Unidos até o final de 2009, uma vez que a Força Aérea ainda não concluiu os estudos técnicos sobre a oferta de cada país.

“Está difícil. O tempo está escasso. A Força Aérea ainda não entregou o trabalho, deve entregar talvez na semana que vem, não vai dar tempo. Eu creio que isso vai ficar para o início do ano”, disse.

Jobim reconheceu que, apesar da Força Aérea Brasileira realizar uma análise técnica sobre as propostas concorrentes, a palavra final será política, do governo federal.

“A decisão é técnica no que diz respeito à operacionalidade do aparelho. Evidentemente, quem entende disso é a Força Aérea, para saber se o avião tem condições ou não tem condições. Agora, há um outro ponto, que está incluído na estratégia, que é o tipo de transferência de tecnologia e capacitação nacional. tem que se verificar isso na decisão política. Então, a decisão é política do governo”, afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai dar a palavra final sobre a escolha dos aviões, mas prometeu reunir o Conselho de Defesa Nacional para decidir, conjuntamente, se o Brasil vai comprar as aeronaves da França, Estados Unidos ou Suécia. O presidente já admitiu ter preferência pelos aviões franceses.

O caça Rafale, da francesa Dassault, é o preferido da área política, enquanto o Gripen NG, da empresa sueca Saab, continua no páreo por ser um dos mais baratos e oferecer maior transferência de tecnologia. O terceiro concorrente é o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing.

Jobim já defendeu publicamente a proposta francesa, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a anunciar a disposição do governo brasileiro em fechar a parceria com a França para a venda das aeronaves. Deoois, Lula voltou atrás ao afirmar que a Aeronáutica faria a análise técnica das propostas.

Abaixo assinado

Jobim confirmou que Lula vai submeter sua decisão ao Conselho de Defesa Nacional, integrado por autoridades dos Três Poderes –entre eles os presidentes da Câmara e do Senado. Um grupo de parlamentares encaminhou ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), abaixo assinado com o pedido para que defenda, durante reunião do conselho, a escolha técnica das aeronaves.

“O que nos causa perplexidade é o anúncio antecipado pelo Rafale. Queremos dar condições para a Aeronáutica se posicionar livremente. Queremos apoio no Conselho de Defesa Nacional à decisão que for tomada pelo Comando da Aeronáutica”, disse o deputado Wilson Picler (PDT-PR).

Ao comentar a observação do parlamentar durante audiência pública na Comissão de Defesa Nacional da Câmara, Jobim disse que a Força Aérea vai opinar sobre a capacidade operacional das aeronaves, sem entrar na questão política. “Quem decide sobre os produtos de defesa é o ministério, que hoje é controlado por um civil”, disse.

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