Washington vê gastos militares em excesso na América Latina

Jornal do Brasil
 
O secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para América Latina, Arturo Valenzuela, reconheceu ontem o direito soberano dos países de renovar seus armamentos, mas pediu que os gastos militares na região sejam reduzidos.

– Qualquer país soberano tem o direito de buscar melhorias para seus armamentos e modernizálos. Isso é óbvio e se respeita a soberania – disse Valenzuela, após uma pergunta sobre a aquisição de armas por parte da Venezuela durante uma palestra na Universidade de Los Andes, em Bogotá.

No entanto, o diplomata destacou que "houve uma reversão quanto ao gasto militar na América Latina".

– Por isso, devemos considerar que esse gasto deveria baixar, já que há tantos problemas a serem resolvidos – afirmou. – É uma questão que vai muito além da Venezuela, que deveria ser como diminuir a corrida armamentista, como solucionar os problemas. Ainda bem que há na União das Nações Sul-Americanas (Unasul) uma proposta nesse sentido.

Há poucos dias, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Philip Crowley, destacou a grande preocupação de Washington pelo anúncio de Moscou de vender 5 bilhões de dólares em armamento militar à Venezuela, diante da possibilidade de alguma dessas armas irem parar em outros países.

Valenzuela, que chegou à Colômbia na terça-feira à tarde depois de visitar o Equador, afirmou que seu país está preocupado com "discursos agressivos, que poderão violar a paz no continente".

– Não apenas preocupa os Estados Unidos, como deveria preocupar os demais países da América Latina – completou.

Pouco antes, durante sua conferência, Valenzuela enfatizou que a essa altura não se pode "tolerar essas ameaças bélicas entre países, nem o apoio a grupos terroristas", sem especificar a que grupo se referia.

Subsecretário de Estado diz respeitar soberania, mas pede que países reduzam investimentos.

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