Armas para os Jogos da Paz

Conselho Internacional do Esporte Militar visita instalações no Rio

Claudio Nogueira - O Globo

O primeiro dos grandes eventos esportivos que o Rio irá sediar até 2016, já está em ritmo acelerado. Ontem, cerca de 85 delegados do Conselho Internacional do Esporte Militar, o CISM, puderam visitar algumas das instalações esportivas e as obras de uma das vilas da quinta edição dos Jogos Mundiais Militares. Também denominado de Jogos da Paz, o megaevento será no Rio, de 16 a 24 de julho de 2011, três anos antes da Copa do Mundo2014 e cinco antes das Olimpíadas-2016.

— A realização dos Jogos Mundiais Militares, pela primeira vez nas Américas, é parte importante da nossa estratégia, estabelecida em 2005, de reativar nosso trabalho na América do Sul. Por isso, uma das vice-presidências, que ficava na América do Norte, vai se mudar para o Brasil — afirmou o general italiano Gianni Gola, presidente do CISM, uma espécie de comitê olímpico militar. — O segundo passo é o acordo firmado entre o CISM e a Organização Esportiva Militar Sul-Americana. É também a primeira vez em que os delegados participam da assembleia e visitam os futuros locais de competição.

Segundo Gola, seis mil atletas de 110 países são aguardados no Rio em 2011:

— Do ponto de vista do número de países e de atletas, é o segundo maior evento esportivo (atrás das Olimpíadas de Verão), já que tem mais países e atletas que a Universíade. Os Jogos Pan-Americanos têm mais atletas, porém menos países (42).

Delegados estrangeiros e oficiais brasileiros visitaram o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), na Avenida Brasil, sede de taekwondo e pentatlo naval (modalidade especificamente militar); o Centro Nacional de Tiro Esportivo (CNTE), em Deodoro, sede de tiro esportivo e pentatlo aeronáutico; e o Centro Nacional de Hipismo, também em Deodoro, local das modalidades equestres.

— Queremos representar bem o nosso país. A equipe ainda está sendo formada, e, certamente, é um sonho participar destes Jogos — afirmou a tenente médica Bárbara Campello, da AMAN, que treinava para a prova de carabina três posições, no momento da visita a CNTE.

Os delegados do CISM conheceram também as obras de construção da Vila Verde (as outras são a Branca e a Azul, numa alusão às cores dos uniformes das Forças Armadas), em Deodoro, uma das três que irão abrigar 7,5 mil participantes do evento e que ficarão como legado para as Forças Armadas e para os Jogos de 2016; a Universidade da Força Aérea, no Campos dos Afonsos, sede do pentatlo aeronáutico (outra modalidade militar). O giro pelas instalações terminou no Engenhão, que será palco de futebol e atletismo.

De acordo com o almirante Bernardo Gambôa, presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil, o país terá uma equipe de alto nível nos Jogos:

— Estamos trabalhando com o ideal de 300 atletas, quase todos de alto rendimento. Nossa meta é um dos três primeiros lugares no quadro de medalhas. Os atletas (oriundos do esporte olímpico) que estão se incorporando às Forças Armadas continuarão militares e terão apoio para treinar para Londres-2012.

Segundo o general Jamil Megid, coordenador geral do Comitê de Planejamento Operacional, a organização tem buscado utilizar instalações permanentes. As provisórias serão construídas em junho:

— As obras estarão prontas até abril de 2010. O custo dos Jogos é de R$ 1 bilhão, e haverá ingressos pagos e gratuitos, em especial para a Torcida da Paz, de crianças e jovens estudantes. Além disso, haverá vagas para oito mil voluntários.

Além dos locais visitados ontem, os Jogos Militares também terão provas e jogos na orla marítima (maratona, triatlo); Miécimo da Silva (basquete); Estádio do Vasco, em São Januário (futebol); Maria Lenk (natação); Praia de Copacabana (vôlei de praia); Baía de Guanabara (iatismo); e Maracanãzinho (vôlei)

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