Brasil e Emirados Árabes vão assinar amplo Acordo de Defesa

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Os Emirados Árabes Unidos e o Brasil devem assinar em breve um amplo acordo estratégico na área de Defesa, incluindo a venda de aeronaves militares brasileiras aos árabes, noticiaram nesta sexta-feira os jornais do país.

De acordo com o Gulf News, o Brasil apresentará um acordo preliminar aos Emirados que servirá de base para uma negociação mais abrangente entre os dois países de cooperação militar, venda de equipamentos, aeronaves de transporte e aviões leves de combate, treinamento de oficiais dos Emirados, troca de observadores em exercícios militares e a possibilidade de investimentos árabes na indústria bélica brasileira.

O jornal destacou a visita do ministro de Defesa, Nelson Jobim, que se reuniu com diversas autoridades militares e políticas do país árabe esta semana.

Antes de deixar o país, o ministro brasileiro concedeu uma entrevista coletiva no saguão do aeroporto de Dubai.

"Quando eu voltar ao Brasil, enviarei em 15 dias a base do acordo entre nossos países que servirá como projeto do amplo acordo de cooperação no campo militar", disse Jobim aos jornalistas.

Segundo noticiou o Gulf News, Jobim declarou que espera que o acordo final seja apresentado em dois meses, antes da posse do novo governo brasileiro, em janeiro do ano que vem.

O ministro brasileiro também disse que o acordo era parte de uma iniciativa do Brasil de se tornar internacionalmente reconhecido na indústria militar, citou o diário.

Outro jornal, o The National, de Abu Dhabi, disse que "o acordo, se assinado, representaria o grande avanço significativo para a indústria bélica do Brasil no Golfo Pérsico, desde a queda nas vendas ao final da Guerra Irã-Iraque (1980-1988), quando o ex-líder iraquiano Saddam Hussein era um grande comprador de armas do Brasil".

Aviões da Embraer

O negócio está centrado na venda de aviões leves Super Tucano e contribuições para o desenvolvimento do avião de transporte de cargas e tropas KC-390, ambos fabricados pela Embraer.

O The National citou o ministro Jobim enfatizando o interesse do governo dos Emirados Árabes em adquirir o KC-390 e o Super Tucano.

"As autoridades dos Emirados mostraram interesse em participar no projeto e programação do KC-390", destacou Jobim, de acordo com o jornal.

O KC-390 pode transportar até 21 toneladas de carga e tropas em regiões distintas como a Antártica e o Amazonas. O avião é projetado para reabastecimento em voo, missões de procura e resgate e evacuação médica.

Os primeiros dois protótipos estarão prontos em 2014 ou 2015 e estariam disponíveis no mercado por volta de 2018.

O ministro Jobim, segundo o The National, falou da esperança do Brasil em preencher o vácuo no mercado que será deixado pelo avião de transporte C-130 Hércules, fabricado pela americana Lockheed Martin e que já está há 50 anos no mercado.

"Pelas nossas estimativas, cerca de 1.500 aeronaves C-130 terão que ser aposentadas entre 2018 e 2020", declarou o brasileiro.

O jornal disse que Jobim não quis comentar o valor do avião da Embraer, mas citou fontes militares que estimavam o custo do KC-390 em cerca de US$ 50 milhões, menos que os entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões do C-130 Hércules.

Parceria 

Jobim, segundo o Gulf News, disse que a principal parte do acordo entre Brasil e os Emirados incluia o convite a empresas árabes de entrar em projetos de parceria com empresas brasileiras como uma forma de "criar uma capacidade nacional na indústria de defesa".

O The National citou, ainda, Mustafa Alani, especialista em segurança do Centro de Pesquisas do Golfo em Dubai, que enfatizou que os Emirados Árabes Unidos poderiam usar a aeronave de transporte brasileira para expandir seu leque de missões humanitárias.

"Os Emirados participam de várias missões de manutenção de paz e estão aumentando sua capacidade móvel, então eles precisam de aviãos de transportes versáteis", explicou Alani ao jornal.

Alani destacou o interesse árabe no Super Tucano brasileiro, um avião de combate leve, que poderia ser ideal para operações de contra-insurgência, segurança de fronteiras e combate ao tráfico de drogas.

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